sábado, 24 de julho de 2010

PORRA!

Se tudo fosse amor e o amor fosse discreto em atos e olhos contentes, talvez eu estivesse mais feliz por hoje. Talvez, eu fosse mais feliz pro sempre. Por agora que amor é alma e corpo, as pessoas não me entendem.
Minha alma quer uma coisa, meu corpo sentencia obedecer então minha mente fecha e nada acontece. O impulso vem, vem forte muitas vezes, mas eu treinei tanto minha mente para ela me domar, para domar os instintos que me faziam mal, que agora ela é mais forte do que todo o conjunto da obra.
É a força do hábito. Provocar para sentir um pingo de desejo, mas limitar os toques. Respirar e pensar cinco vezes antes de fazer algo que eu possa me arrepender, segurar a barra do ímpeto e sentir segurança em mim. Falar e ser entendida ou pelo menos respeitada.
Hoje, ninguém entende a brincadeira, talvez não tenha mais idade para brincar. Se eu pensar mais de uma vez no que meu corpo quer fazer, eu não faço, travo, contradigo os planos e cada vez mais me sinto insegura, mais sozinha. E quando eu falo, parece não ser o suficiente, ninguém entende, ninguém entende de jeito nenhum, porque todo mundo acha que o problema está consigo, que o problema é falta de confiança, de vontade.
Eu não aguento mais tantas perguntas para responder, eu não sei as respostas, se eu soubesse resolveria meu problema. Parem de me questionar e de criar diagnósticos, é só um medo. É vergonha! Vocês nunca sentiram vergonha na vida? E nas apresentações da escola, o que vocês sentiam? Sabendo que os pais de vocês, as pessoas mais importantes, estariam ali te vendo fazer uma coisa boba a qual você nem sabia direito o porquê de estar fazendo e não se sentia preparado para fazer. Eu me sinto assim.
Qual o meu problema?! Qual é o problema de vocês, isso sim!!!! O meu problema é simples: falta de segurança em mim. Até onde eu sei eu não devo explicações para ninguém de quem eu sou e como funcionam as coisas aqui dentro, até onde eu sei meus medos são meus até alguém senti-los também e até onde eu sei sempre tentei de tudo para agradar a todos que amei, que amo, e sinto muito se não consigo ser completa, se não consigo ser o todo tão desejado. Sim, eu tenho problemas então, problemas de auto confiança, de amo próprio e deveria não ter noção do ridículo pra poder, por fim, andar nua pela cidade e acabar de vez com a vergonha que tantos não entendem.
Que fiquem com raiva, curiosos e achando que não me importo. Não me importo mais. Minha agonia não vale um centavo da preocupação de vocês. Eu não sei fazer isso, eu não sei ser de alguém, acreditar em alguém, ter coragem pra partilhar com alguém o que sempre me incomodou, que de tão meu nem as pessoas que mais sabem de mim conhecem, que intimidade é essa que a gente cria das sombras de alguns meses? Eu desconheço, eu não sinto!
EU NÃO SEI! Eu não sei ser mulher, eu não sei fingir que tá  tudo beleza ficar pelada na frente de alguém cuja opinião me importa demais, ainda mais na fase do "estamos no conhecendo pra vê se dá certo". Não dá.
Não acho que vão tirar fotos minhas e espalhar pela cidade, não acho que vão ficar falando para todo mundo o que fizemos ou deixamos de fazer, não ando com tipos assim. Eu só quero me sentir bem, eu só quero olhar pra mim e ver alguém que chame a atenção, que cause uma boa impressão, alguém seguro, eu quero me sentir bonita para poder ser bonita para outra pessoa. NÃO TEM NADA A VER COM NINGUÉM! É coisa minha comigo. Poxa, se eu não me admiro, como alguém pode fazer isso? Se até eu, que me vejo todo dia, sei como eu sou de cabo a rabo, não estou contente com o que tenho, como alguém poderia estar? Não é tique de mulher insatisfeita, é só o meu realismo falando por mim. Porque se esse corpo não fosse meu e sim de outra pessoa, continuaria pensando da mesma forma que estou pensando agora. E se fosse homem pensaria do mesmo jeito. Eu não faço o tipo de ninguém, não desse jeito, eu sei disso!
Isso anda me dando tanta raiva, que eu só quero pular fora e sumir até resolver. Tipo, ir pra casa do cacete com o intuito de não gostar de ninguém apenas pra perder a vergonha e resolver essa agonia de tantas perguntas e falta de entendimento. Fabricio Carpinejar falou que o embaraço do sexo não decorre da ausência de intimidade e sim da própria intimidade, da vontade que se tem em agradar a pessoa amada, de ser o melhor que pode, de dar o melhor para quem merece, para poder retribuir a felicidade e a satisfação. Talvez, se os homens não fossem tão visuais, eu poderia me sentir mais a vontade. E se o problema dos outros não parecesse tão fácil de resolver, quem sabe eles não me entendessem?

Nenhum comentário:

Postar um comentário