domingo, 25 de julho de 2010

Abolição as férias de Julho, já!

Julho tem os domingos mais quentes de todo o ano, é o mês de câncer, pessoas extremamente inseguras e chatas. É quando todo mundo deserta a cidade e vai em busca dos famosos amores de verão e porres inesquecíveis. Os namorados dão um tempo, os ficantes terminam e os que não terminam ficam com o coração na mão.
É o mês que tudo acontece pra todo mundo... Menos pra mim.
Eu nunca tive um amor de verão, nunca tive férias inesquecíveis, eu não bebo e geralmente meus relacionamentos nunca duram o suficiente pra virar namoro e quando duram acabam antes mesmo das férias. 
Julho é sinônimo de solidão pra quem fica, solidão e diabo, porque este calor remete ao inferno, por mais que eu nunca tenho ido lá!
Essa liberdade que Julho respira aguça uma vontade em mim de fazer alguma coisa, muitas coisas, é quando consigo acordar cedo, sorridente e com força de vontade pra estudar, trabalhar e qualquer outro verbo terminado em ar, mas não se tem nada a fazer, é férias! Seria uma ótima chance de passear, espairecer e fluir pela cidade, mas não tem ninguém aqui e se tem, tenho sérias restrições, quanto a sair com desconhecidos, então dá na mesma.
Sem contar que é o mês em que eu mais penso em tudo que aconteceu, porque eu tenho tempo livre demais e é isso que acontece quando se dá tempo livre para alguém pensante, ela pensa! E pensar muito era a última coisa que eu queria pra mim esse ano, porque pensar muito me paralisa por tempo indeterminado e faz com que eu tome decisões nem sempre muito boas, tomo decisões por mim e pelos outros- isso é um problema.
Já pensei em tomar uma decisão esse Julho, resolvi que perderia minhas vergonhas, aí voltei atrás e resolvi que me afastaria de tudo que pudesse fazer com que eu resolvesse perder minhas vergonhas, porque essas vergonhas não são coisas tão bobas quanto parecem ser, eu percebi que fazem parte de alguma síndrome do pânico completamente nova e minha. Mas afastar o que me faz querer perder a vergonha, é afastar pessoas, é afastar alguém que pode ser muito útil, quando eu quiser perder tudo que ainda tenho, literalmente. Não sei se devo fazer isso ainda, evitaria problemas futuros tanto pra mim quanto pra ele.
Enquanto todo mundo tenta arduamente retroceder os minutos, não olhando pro relógio, eu tento arduamente passar eles, nem que seja olhando o tempo na frente do microondas esperando a pipoca aprontar. É o mês que eu mais assisto filmes também, não que eu goste de filmes, é que, na verdade, eu gosto de pipocas e comer pipocas apenas por comer não tem graça nenhuma e dá um peso na consciência, os filmes são desculpas apenas.
Com Julho vem as olheiras de ficar acordada até as cinco da manhã, as dores no pescoço de sentar de mau jeito na frente do computador, os estresses, a convivência com a minha mãe, que é um pote de grude, a falta do que fazer, o peso na consciência de fazer alguma coisa que terei de fazer no semestre que vem, a falta de gente pra conversar, eu me sinto carente, chata e encho meu blog de textos amargurados que me deixarão puta da vida quando ler de novo. Julho passa rápido, mas de um jeito vagaroso, quando termina ainda tem as reclamações do fim, as histórias que não presenciei, a cara de "ah, que pena que você não foi, poxa vida, chatinho" tu acha? Magina, meu Julho foi ótimo, de bobeira :)
Eu gosto de férias, só não gosto de férias em Julho. Se é por falta de férias, temos Dezembro, que é férias também, ainda tem feriado pra comer, natal, ano novo e quase todo mundo fica na cidade porque tem família, dá pra todo mundo comemorar junto e se divertir. Tem Janeiro, que é ótimo, não é quente e os que viajaram voltam e trazem lembrançinhas e palavras de saudade, porque geralmente é viajem com família e eles se sentem que nem eu me sinto em Julho, mas sem tá em casa.
Eu bem queria secar as praias de Salinas e de Mosqueiro, esburacar a estrada e fazer chover bastante! Mas todo mundo merece ser feliz, espero que o resto dos meses sejam bons pra mim para compensar o mês dos infernos que eu passei.

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