quinta-feira, 27 de maio de 2010

As coisa pequenas.

A frase mais sábia que ouvi essa semana foi: " Mas o picolé gelado me acalma". Minha prima de quatro anos, portadora de necessidades especiais, respondeu isso, quando o mendigo disse que picolé fazia mal... Eu me senti uma criança, porque picolés me acalmam também, o geladinho descendo na garganta faz com que o pensamento no que está errado se esvaia dando lugar à dormência na língua e a preocupação inicial boba, a qual eu sempre tenho, de que posso gripar, mas tanto faz... O picolé gelado me acalma.
Se nós fossemos contar quantas coisas que nos fazem mal dão a sensação de bem-estar, perderíamos um bom tempo de nossas vidas. Coisas como: deixar de fazer o dever de casa para rir um pouco de um filme de comédia, aceitar o convite de um ex-namorado- que te deu um pé na bunda- para sair, tomar banho de chuva descalço na rua, ficar deitado na areia sentindo o sol quente no rosto, os fumantes e alcoolatras entram nessa teoria também.
Coisas pequenas, simples, que alguns fazem de vez em quando e outros fazem quase sempre.
Afinal, coisas pequenas, que fazem bem ou não, são as que preenchem nossas vidas, sabe? São as coisas que, enquanto temos, não nos fazem falta. Essas coisas, que quando faltam, dão aquela sensação de perda, aquele típico caso de "eu não sei o que é, mas sei que tá faltando alguma coisa". São parte desse quebra-cabeça, de infinitas peças, que é a nossa vida, onde a cada dia que passa o número de peças aumenta e a nossa percepção diminui, consequencia da vista cansada de tanto procurar uma peça chave, que completa a figura de um caminho no quebra-cabeça. Uma peça de nome comprido, mas de proporção pequena, a tal peça chave de que todos falamos e que, às vezes, pensamos ter achado: a felicidade.
Eu sempre pensei que felicidade não fosse coisa grande, e que também não fosse para gente grande, porque, quando crianças, ficávamos quase sempre felizes com qualquer besteira, com qualquer bobagem que brilhasse, fizesse barulho ou que fosse diferente. Nessa fase, a de criança, o quebra cabeça ainda falta tanto para ser completo. Essa fase onde as peças ainda são grandes e o diferente é abundante. Fase dos porquês, das manhas, do falar de sentimentos sem saber o que são. Será que uma criança sabe o que é amor? Será que uma criança sente o amor pelo outro? Portanto, de onde vem esses adultos insensíveis e amargurados?
A gente cresce, o número de peças aumenta, o medo de não completar o quebra-cabeça surge e são tantas figuras de caminhos, são tantas figuras, que muitos acham melhor deixar de procurar a peça chave e vão completar seu jogo sem ela, afinal é uma pequena peça, pode não fazer falta.
É então que os que tiveram disciplina, para continuar montando o quebra cabeça e continuar procurando a peça chave, descobrem que a que está faltando pode ser substituída por reservas, pode não encaixar muito bem, mas que não fica tão ruim. É quando isso acontece, que os que souberam aproveitar o tempo, percebem que na caixa do quebra cabeça vem escrito: Felicidade. Os descrentes acham isso uma brincadeira sem graça e que o nome do jogo é esse pela falta da peça. Mas os que sentem, os que acreditam e os que tentam compreender as coisas, tem discernimento suficiente para entender que o nome foi atribuído para a coisa errada e que a felicidade não é uma pequena peça que falta no quebra-cabeça e sim todas as figuras de caminhos que foram construídas, as peças como um todo, e quanto mais caminhos montamos, mais felizes somos e, por fim, descobrimos que a lição é que as pequenas coisas, juntas, são o que tanto procuramos.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Por fim meu rota vírus de amor passado cristalizou, minha resistência mental está subindo, o que me deixa mais tranquila e pronta para coisas novas. Não é que hoje esteja recusando meu passado ou negando-lhe outra oportunidade- pelo contrário, sempre será bem-vindo- mas não posso ignorar o fato de estar dando prioridade para coisas presentes, que poderão ser futuras, nem fingir que não percebo estar me interessando por outras pessoas.
Ao contrário de antes, ando feliz com essas outras pessoas que encontrei pelo caminho, não são muitas outras, mas o suficiente para me sentir bem e confortável com a ideia de tentar, novamente, engatar algo com alguém. Não, eu não estou me precipitando, são só hipóteses, que não incomodariam se acontecesse ou não, a melhor parte é essa: não incomoda se pode vir a ser, o que importa são as coisas que são.
Hoje, não temos nada pendente, nenhuma palavra não dita que mudaria o sentimento- creio eu- nem desejos incontroláveis que tirariam nosso sono, falo por mim, claro, mas acredito que ele também não tenha. Talvez a única coisa que incomode, ainda, seja a carência ou algo do tipo, mas nada específico a mim, só situações que poderiam ser mais faceis e confortáveis comigo, somente.
Conheci alguém, essa que é uma das verdades para essa mudança de visão, uma pessoa, até então, muito simpática e confortavelmente madura, que me proporcionou alguns momentos de leveza e tranquilidade, não se mostrando invasivo ou insistente demais, mas que apesar disso tudo pareceu estar bem interessado. Claro que me interessou e claro, pensei em algo a mais, porém, pensei sem expectativas, somente com pensamentos sem asas, sabe? Seria como querer plantar mais uma árvore em seu riquíssimo jardim, algo agradável, mas sem prioridades, já que o mais importante é cuidar do que já se tem no jardim, para não perder, certo?
Não espero nada também, o que tiver de ser virá, como consequencia do que fiz, por isso tento fazer coisas boas, não faz sentido?
Tenho que confessar uma coisa. Eu senti um balancê quando meu passado supôs um rolê- provavelmente com segundas intenções- e cheguei a aceitar de um modo sutil, mas depois fiquei com vergonha até mesmo do modo sutil e deixei passar, não insisti, como se fosse papel dele fazer isso, apesar de saber que não é papel de ninguém e que nem é apropriado ter papeis em situações como essas. Deixei passar e não vou sugerir nada por não ser prioridade, lembra? Mas não recusaria se me fosse proposto novamente, não tem nada demais, já nos conhecemos bem e sabemos como funciona algumas coisas na nossa relação e não seria de todo mal rever ele após aquela situação desagradável. Talvez percebesse, de uma vez por todas, que não levamos jeito um com o outro, que não nos agradamos de uma forma realmente agradável, que o tempo e a história nos mudaram, transformando-nos em extremos opostos que não se atraem e nem se completam, talvez percebesse isso...
Mas caso percebessemos o contrário, por que não uma nova oportunidade? Uma oportunidade teste. Se caso aconteça, espero que seja antes de resolver conhecer melhor a pessoa que conheci há pouco tempo, questão de prioridade, lembra? No final fica tudo bem e não importa tanto assim, não acho que ele tenha medo de me perder ou que se sinta incomodado com o fato de eu ter arranjado outra pessoa, talvez ficasse triste por ainda estar sozinho ou feliz por eu já estar com alguém. Mas caso não estivesse tudo bem, caso importasse, por que não uma nova oportunidade? Uma oportunidade teste, até porque prioridades mudam, contanto que valham a pena.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Rabiscos no meu caderno

"Apagar o número dele da lista de chamadas perdidas não o apaga do coração, mas ameniza a lembrança de que não foram só as chamadas que perdi..."


"Vamos menoscabar essa situação e rir um pouco, afinal o mundo não parou para que nos consertássemos, sábio Shakespeare, nem parou para mostrar para os outros a nossa história.
Então vamos menoscabar essa situação e rir um pouco, afinal os dias são longos, mas os anos são curtos, sábio Panin, e coisa curta, caso você não saiba, passa despercebida por pessoas grandes.
Portanto vamos menoscabar essa situação e rir um pouco, já notamos a falta de valor."


"O que contou mesmo, não foram as vezes gritadas que conversamos, foram as noites de insônia onde fui convencida que ninguém no mundo me amaria tanto, mesmo de blusão e com o cabelo despenteado. Ainda lido- 3 meses depois- com os sentimentos reformados e consequentes da desgraça que sucedeu depois das nossas acidentais discussões, bobas e cegas.
Foi uma bomba nuclear desnorteante! Eu uso essas palavras exageradas para ocupar espaço... De vazio já basta meu coração, querido. Não leve minhas declarações tão a sério, pois tudo, na verdade, não passa de um capricho de matar essa vontade de ainda amar alguém."


"puderá ver cair minhas ideias no ostracismo desses pensamentos andantes"

sexta-feira, 21 de maio de 2010

-Por que eu deveria te beijar?
-Porque eu sei falar francês.
-E o que sabes falar?
-Embrasse-moi
-O que disseste?
-Me beija.
...
-Eu gostei da tua boca...
-E ela gostou do teu francês.
Eu vivo nesse mundo novo para essa gente velha.
Esse mundo onde os casais só estão namorando oficialmente depois de mudar o status de relacionamento no orkut. Esse mundo novo que essa gente velha fez para nós, jovens, vivermos. Esse mundo que nem eles entendem mais.
Mas do mundo antigo eu também não entendo, nem das pessoas que ainda pegaram essa fase das coisas reais e diferente de agora. Onde o namoro era a única forma concreta de se relacionar com alguém oficialmente, as fofocas demoravam para chegar aos ouvidos de quem merecia saber, ir pro barzinho tomar umas geladas era programa para homens, homens eram gays e não bissexuais, namorar não era canoagem e nem um favor que faziam a menina por ser legal, onde os errados eram mais interessantes- por não ter nada muito interessante de resto para se gostar- e tudo era tão mais diferente que chegam a embaraçar com a realidade que vivo hoje.
Pra que namoro se em uma noite podem ficar com cinco ou sete pessoas? Não precisa mais namorar para conviver com a menina, ter intimidade " ah, pô, a gente fica e vê onde vai dar!"e quase nunca dá em nada... Pra que contar para amiga, da amiga, da amiga da menina que levou um belo par de chifres, se você pode escrever anonimamente no formspring da chifruda a seguinte frase: você ficou sabendo que seu namorado pegou a fulana de tal, naquele tal lugar e que tal pessoa viu? bjos. Pra que ir ao cinema onze da noite, se você- com 15 anos- pode ir em um bar com suas amigas e conhecer os meninos que fazem direito em alguma faculdade particular? "Eu não sou gay, fiquei com o juninho porque deu vontade,eu tenho namorada" e essa falta de homem hoje em dia não ajuda muito... E hoje, Deus o livre, nem pensar ficar com alguém que não esteja em qualquer faculdade ou fazendo qualquer curso, mulher não gosta de vagabundo... E esse mundo novo como consequencia dessa gente velha, que não sabe como funciona...
A gente não liga mais, não faz mais surpresas, não tem mais encontros de verdades, onde você conversa e só. A gente não se importa mais, não interage mais e quem é mais bonito merece mais atenção. A gente deixa pra lá, bloqueia no msn, exclui do orkut e a vida tá resolvida. A gente não gosta mais de flores, é cafona, e o descombinado na roupa que é moda. A gente não se importa mais com amigos, em ajudar, em se importar com a importancia das coisas. Todo mundo anda desconfiado, gente curupira, gente rápida que nem sente, cobrando, cobrando e não fazendo nada.
Esse mundo novo para essa gente velha, mundo novo de idade, mas o que realmente importa nunca foi importante nem hoje, nem ontem.
Quero mais aspas e travessões nas narrativas de minha própria história, eu converso, mas ando só, como se não falasse nada demais, nada que valesse a pena ser ouvido ou lembrado. Eu quero mais aspas e travessões, não somente falas minhas, mas algo demais, que valesse a pena ser ouvido ou lembrado e por fim contado junto as minhas histórias, eu quero mais aspas.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Enquanto melhora

Hoje acordei pensando em como 80 anos pode ser pouco pra ser tudo que eu quero ser... Duvido passar dos 80 e alguma coisa, sou muito sedentária e sei lá porque diabos mais acho isso, só acho...
Então percebi quanto eu temo a morte... Tenho muito medo de morrer e ficaria feliz em saber que existe, sim, vida após a morte, mas só depois de estar morta, porque se eu souber disso agora vou acabar morrendo de medo e descobrindo mais cedo se existe ou não...
Mas não acordei pensando somente nisso, na verdade acordei com vários pensamentos e como de costume, não poderia faltar, algo relacionado a minha grande história de 2010, o momento marcante.
Nossa, eu pensei em tanta coisa, em tantos motivos, razões, circunstancias, problemas e soluções, que tudo que eu consigo sentir agora, depois de todos esses pensamentos, é alívio. Sim, um alívio imenso... Pela primeira vez, em todas as histórias que eu conheci até agora, alguém escolheu sofrer por uma pessoa que vale à pena.
É um alívio saber que pelo menos, no meio dessa confusão e agonia toda, eu fui amada, acho que não tem preço saber disso. Foi uma opção continuar o sendo ou não, escolhi o outro caminho por motivos de medo, desentendimentos e coisas minhas- que nem eu entendia, até então- mas eu fui amada. Quantas pessoas choraram, sofreram, se jogaram de prédios por alguém que nunca sentiu um pingo de carinho ou se importou alguma vez? Quantas pessoas pensam em alguém, até hoje, que nunca quis estar realmente do lado delas? Quantas pessoas ainda se importam com histórias que só tem coisas ruins? Quantas e quantas pessoas, hein?!
E eu não... Eu fui amada, fui bem quista, fui aceita. Soube que alguém já quis muito ficar do meu lado, apesar das diferenças, eu soube pelo menos uma vez o que é ter alguém que lute por mim, pra estar comigo... Eu soube.
O que eu não soube foi entender direito algumas frases, que muitas vezes pareciam cobranças e pressões, não soube lidar com meus medos e nem percebi que tudo que eu precisava era um pouco de calma e paciência para esperar o momento de falar pessoalmente tudo que tínhamos pendente.
Com tudo isso percebi meus medos, percebi o quanto eu me desespero sendo pressionada, em como eu não sei esperar que a pessoa me escute, não sei fazer alguém me entender... Pra gente caber em alguém muitas vezes é preciso um auxílio e eu esperei que as coisas se ajeitassem com o tempo, na verdade menti para mim quanto a ajeitar-com-o-tempo, não tínhamos quase tempo e uma mãozinha caia muito bem.
Muitas coisas dependiam de mim e do meus momentos de racionalidade, eu só precisava usar eles do modo certo, que seria: saber esperar para resolvermos as coisas quando ele chegasse. Mas toda vez que conversávamos eu me sentia ameaçada, como se ele me atacasse com cada palavra, para conseguir o que ele queria, acabava sendo uma disputa para ver quem tinha razão, sendo que só precisávamos entrar em um acordo decente.
Geralmente combinávamos alguma coisa, no final da conversa, onde um dos lados saia perdendo, o que fazia as malditas brigas voltarem, devido a insatisfação de alguma das partes. Pra ele era muito mais fácil eu perder meus medos- bastava querer- e para mim era muito mais fácil ele abrir mão de certas necessidades. Tudo na verdade ia se acertar, esperando ele chegar e convivendo mais me sentiria mais segura, meus medos iriam embora de acordo com que as necessidades dele fossem saciadas, tudo de uma forma igualitária e justíssima, tudo de uma forma bem construída, que colaboraria pro crescimento do nosso sentimento.
Acho que amor forte é o construído, onde ambas as partes se tem de apoio para as dúvidas, inseguranças e crescem juntas, aprendendo a ter paciência, respeitando limites e o tempo de cada etapa.
Eu poderia ter sido tão especial quanto qualquer outra pessoa que ele tenha gostado, mas fomos pra outro caminho.
Já me perguntaram se eu espero encontrar com ele futuramente, quando estiver mais madura e pronta para esse relacionamento, eu não respondi, achei graça e fui embora. Não acho que a gente vá se encontrar, sei lá, só não acho, sabe? Uma daquelas coisas que a gente não acha impossível, mas também não acredita que aconteça. Ele já cumpriu um papel muito importante pra mim, onde ele sempre vai ser bem lembrado, acho que ele precisava disso.
Sabe, eu acho que ele também já passou por uma história assim, tipo de estar errado e alguma coisa importante acabar, algumas vezes ele mencionou algo relacionado a ele ser um cara ruim e tudo mais, que um ex-amor- alguém de quem ele ainda sente saudade- falou... Eu acho que, se ele tentou, durante todo esse tempo, mudar ele conseguiu, porque enquanto estávamos juntos eu me sentia uma princesa, me sentia cuidada, amada e segura, conheço ele. Não digo, hoje, que ele não faria nada pra me deixar chateada, porque eu já fiquei muitas vezes chateada com algo que ele contou e já chorei muito por algumas coisas desnecessárias... Mas enquanto estávamos juntos eu fiquei muito bem, o problema nunca foi insegurança quanto ao que ele sentia por mim, o problema é que eu andei tão acostumada com pessoas mentirosas. Ou pessoas, que para não ficarem sozinhas, mentiam para si dizendo gostar de alguém e logo depois, quando a solidão fosse mais conveniente, iam embora. Que era muito mais seguro não confiar tanto assim e esperar o tempo dizer se ele ficaria comigo ou não. Coisas de mulheres e suas crenças no destino.
Com essa história toda deixei a crença no destino de lado e passei a acreditar em uma coisa que já havia pensado há tempos: merecimento e aprendizado.
Tudo que eu fiz até agora, de ruim ou bom, recebi de volta e tudo que aconteceu comigo até hoje tocou nos meus pontos fracos, nos lugares que precisava fortalecer, que me fizeram ser quem eu sou hoje, com meus vícios e virtudes. Tudo isso é tão motivador, saber que, se eu quiser pode ser diferente, saber que pra consertar meus erros é só olhar ao meu redor com sabedoria e respeito, é tão melhor do que a história de destino por si só.
No começo me espantei com isso- sou uma pessoa que sempre teve medo de assumir responsabilidades por não querer decepcionar alguém- mas depois de perceber que nem sempre agradamos todo mundo, que até minha mãe pode cometer um erro ridículo, resolvi assumir responsabilidade por todos os meus atos e a aceitar que eu posso fazer muito mais por mim do que o destino.
São coisas que me ajudaram muito a chegar mais perto de ser quem eu quero ser. Eu fico feliz em saber que uma pessoa tão legal e interessante gostou de mim.
O que me faz pensar que não vou ficar sozinha são os erros que ainda não cometi, as coisas que eu ainda tenho que melhorar. Quando amo fico mais amável também, então se torna impossível não relacionar minha vida amorosa com minhas outras vidas e vice-versa, portanto penso mais quando estou dentro de um relacionamento, onde vejo, por uma das pessoas que amo, o que pode incomodar nas outras pessoas que me cercam.O segredo é saber usar as coisas ruins ao meu favor.
Eu sei que daqui há um tempo, quando estiver com outra pessoa, de quem eu goste de verdade, ele vai ter sido mais um marcador temporal, uma história bonita pra lembrar e que eu vou ler tudo isso achando que dei um ibope desnecessário pra ele, que ele talvez não merecesse todos esses pensamentos, o tempo que eu gasto pensando nisso tudo envolvendo ele no meio... Então deixo aqui, registrado, que todas as coisas que marcaram minha vida merecem ser lembradas com carinho e respeito, respeito a um tempo que já passou e em respeito a pessoa que fui.
Acho que todas as pessoas que foram importantes pra alguém mereciam saber, pois fazem delas pessoas muito especiais. Eu sou especial. Eu sei disso.
Ele sabe da importância que teve e que sempre vai ter, creio que ele já tenha lido outros textos feitos pra ele, ele sabe, então tá tudo bem.
Com certeza, mas uma vez, isso não é tudo que tenho à dizer, até agora não sei quantos cacteres podem ter um post, mas acho que se for limitado nunca vou conseguir escrever o que eu preciso escrever para tirar metade do peso da minha costa- eu tenho medo de esquecer.
Mas é um quase bom resumo, então tá tudo bem. Então vai ficar muito bem. Creio que tenha progredido desde o começo de toda essa história.
Espero que as pessoas que eu conheço também cheguem a essa conclusão, do merecimento e aprendizado, quem sabe elas não fiquem melhores também?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Conversa de telefone.

E aí, Marta?! E aí que eu falei tudo que tinha para falar. Disse que ele só lembrava do que era conveniente pra ele, que se fosse desse jeito sempre ele nem precisava mais voltar pra casa, que eu concordava com aquela revista lá, qual que é o nome mesmo?(...) Isso, super interessante, que falava do prazo de setes anos de um casamento e disse que o nosso já estava esgotado.
E ele?... Ah Marta, ele foi embora, nem discutiu, no outro dia mandou o Marcos pegar as coisas dele, pode?! Aquele Marcos é outro(...) Não Marta, ele é casado também, que te apresentar ele o quê?! Deixa de leseira...
Ah amiga, eu tô daquele jeito né? É o pai dos meus filhos, meu primeiro homem, a gente tinha muita coisa, mas não dava mais Marta, chegando tarde todo dia, brigando sempre, eu não aguentava mais, só porque não trabalho ele pensa que pode me tratar como quer, cuidar da casa cansa também, eu tenho as minhas responsabilidades. Ele não me dava valor, ele bem sabe disso, eu sei que ele sabe, não é verdade?(...) É Marta, mas é a vida, nada dura para sempre, mas vai passar, vai ficar tudo bem, eu tenho fé em Deus.
...

Alô, Marta?... Meu filho, chama a Marta, por favor pra tia, tá bom? Tudo bem, eu espero sim...
Amiga... Meu Deus Martinha, meu Deus, eu não sei o que eu faço Marta, eu queria que abrisse um buraco no meio do chão agora, Marta, meu Deus! Tá tudo errado Marta(...) O que aconteceu?! Agora, quando voltei para o super mercado pra comprar a droga do papel higiênico que eu esqueci, vejo o Luís saindo do carro com uma loira peituda e novinha, Marta, meu marido tem outra!!!(...) Não importa que a gente não esteja mais junto, poxa Marta, tu tá do lado de quem afinal? Ele tem que respeitar, a gente mal se separou, ainda estamos juntos no papel, sabia? Não pedimos o divórcio, eu pensei que isso ia passar, que ele ia voltar pra casa, que era bobagem, a gente podia se acertar, eu nem estava falando tão sério assim, eu nem estava tão cansada. Meu Deus Marta, eu perdi meu marido pra uma loira peituda com a metade da minha idade. Ele me viu sim, a gente se viu(...) Lógico que ele não falou comigo, mas eu conheço aquela loira oxigenada de algum lugar, ela não me é estranha viu?! Eu voltei pro carro, desesperada, na verdade eu ainda estou aqui no carro desesperada e sem meu papel higiênico. Eu bem que podia mandar ele comprar, esse desgraçado, devia mandar ele fazer a compra do mês, mandar ele pegar as crianças no colégio pra eu cuidar da minha vida, o tempo que ele tá com essazinha aí ele tava fazendo algo de útil, podia mandar ele ir pra merda também... Deixa eu ir Marta, desculpa te atrapalhar (...) Brigada amiga, vou voltar pra casa, tá tudo bem!
...
Oi Marta(...) Correu tudo bem, não brigamos, pela primeira vez em dois anos, entramos em um ótimo acordo para as crianças, ele vai ficar com elas no final de semana(...) Sim,sim, resolvemos a questão financeira, não discordei de nada, ele nunca foi mão de vaca e disse que ia me ajudar, entendia minha situação, não criou problema nenhum. Talvez era o que ele queria há muito tempo, fazer o que não é?(...) Não tivemos não, não deu tempo de nada, quem dirá de conversar, eu ainda tenho tanta coisa pra falar pra ele, queria que ele me encaresse e parasse de ficar olhando pra baixo e fingir que eu não estou na frente dele(...) Não, dessa vez ele não levou a loira não, ela devia tá arrumando alguma coisa do escritório, atendendo o telefone né? Afinal é o que ela faz de melhor, além de roubar marido alheio... Mas eu ainda quero encontrar com ele por aí, preciso falar algumas coisas Marta, tenho que falar(...) Tudo bem Marta, vou tentar esquecer isso, seguir em frente, veremos no que vai dar...
...
-Ana, posso falar contigo?
-Bem rápido mesmo Luís, tô atrasada.
-Pra que? Desculpa, é o costume...
-Tudo bem, vou para o salão, tenho hora marcada...
-Ah tudo bem... Então, eu só queria dizer que sinto muito por tudo isso, sinto mesmo, mas acho que você pensa o mesmo que eu, não dava mais certo... Não pensa?
-É, penso sim Luís.
-Pois então, eu só queria te desejar felicidades.
-Mas antes disso, deixa eu te falar uma coisa Luís...
...
(...)Não Marta, disse que antes dele ir embora eu queria falar uma coisa, ele ficou me olhando com aquela cara de confuso que eu conheço bem. Ia dar porrada e estavámos tão civilizados pela segunda vez em dois anos, que não tive coragem... Disse que era pra ele deixar pra lá, que ia dizer que queria que ele fosse feliz também e que fizesse a mulher dele feliz agora, mandei ele parar de roncar, ele riu da piada e ficamos assim(...) Eu tô daquele jeito né Marta? Pai dos meus filhos, meu primeiro homem, a gente tinha muita coisa, mas acho que ainda dava alguma coisa, agora é tarde... Bem tarde! Por falar em tarde, deixa eu ir, tenho uma entrevista de emprego hoje, se Deus quiser vai dar tudo certo. Vai ficar tudo bem. Obrigada pelo apoio amiga, tens me ajudado muito. Beijos. Até mais...

"Pra ser sincero não espero de você mais do que educação..."

Não sei o que é pior, alguém falar com você somente por educação ou simplesmente não falar e mostrar o desinteresse literal.
Não que agora eu queira ser ignorada ou algo do tipo, só que é estranho, você conversar e estar tudo bem então a pessoa não responder mais, como se já fosse o suficiente o que ela fez- a parte do cumprimentar- só para ninguém dizer que não falou, se caso a gente pare de se falar a culpa,com certeza, será minha, como sempre, para não ter que dar aquela variada na história né? Acabou mesmo, tanto faz de quem seja a culpa agora.
Oh, situaçãozinha enjoada viu? Inconscientemente eu ainda me importo com algumas besteiras, ainda me ligo nos subnicks e nas respostas "tô óóóótimo". Afinal qual o motivo de tantos "ó" em uma pequena palavra? E quando tento descobrir ele pára de responder, se eu fosse um pouco mais insana diria que era de propósito, para não saber de mais nada, deixar esse veneno da curiosidade e ansiedade me corroer até eu desistir de saber de vez e nem perguntar.Não sou insana. Portanto não pergunto novamente e nem acho que ele seja tão maldoso.
Mas diga um coisa, seria injusto eu arranjar alguém legal antes de saber que ele já tenha feito isso? Ou melhor, seria injusto ele encontrar o que queria- alguém legal para estar- antes de eu ao menos conhecer alguém? O que seria injusto ultimamente? Ou tá valendo de tudo por agora?
Vou confessar que acho extremamente perturbador ter uma conversa impessoal com uma pessoa com quem troquei palavras sinceras e intimidades, acho a coisa mais estranha do mundo, dar somente um "oi" para quem já disse "te amo", mas aos poucos me desvencilho das bobagens que ainda moram em mim, por enquanto ainda não passou.
Não vejo a hora de escrever sobre outra coisa, comentar uma coisa mais alegre , alguma coisa que quando eu releia sinta que minha mudança está surtindo efeito, alguma coisa que me diga, com minhas próprias palavras, que tá tudo bem, não vejo a hora.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Um resumo dos acontecidos.

Meu casal favorito resolveu dar um tempo- ela chorou e eu chorei com ela- meu conselheiro sofre pelo o amor de alguém do passado que ainda não decidiu o que quer- ele chorou e eu chorei com ele- minha mãe vai para terceira semana de solteira e, hoje, conversa sobre a dor dela chegando até me confessar situações e sentimentos- minha mão chorou e eu chorei depois dela- minha cadelinha morreu, a mãe de uma colega minha, que na época de fundamental foi minha melhor amiga- faleceu quinta passada, os pais dos meus professores, que dariam revisão para prova, estão doentes portanto eles não foram dar a bendita revisão...
Eu estou bem, desgraças a parte, eu estou legal.
Não, nada de agonias, de tristeza intermitentes, pensamentos romancistas, de necessidade... Nada não.
O dia acorda preguiçoso, que nem eu, as vontades mudaram, que nem eu, as pessoas estão mais transparentes, que nem eu e ele está longe, quem nem eu.
Não vou dizer que não penso mais, pois penso. É tão normal e tão indolor que nem percebo, acordo com o nome na cabeça, durmo com o rosto no pensamento, mas é tão normal e tão indolor que não incomoda, algumas coisas lembram situações passadas, eu ainda associo gostos com os dele, mas é tão normal e tão indolor que não atrapalha. Tá legal, já passei por isso, é assim mesmo, depois passa...
Percebi, agora mais ciente das coisas e vendo com os olhos de mundo, que apesar de todo o bem e das vontades de ter ele, não era para mim. Nunca foi para mim. Eu nunca consegui acompanhar o raciocínio, a rapidez das vontades, os carinhos, nunca soube me fazer entender, explicar, melhorar, eu nunca entendi direito o que acontecia, eu sabia de algumas coisas boas que me faziam bem, mas eu nunca entendi realmente como elas funcionavam e talvez isso tenha me prendido.
Repassando situações como filmes em minha cabeça lembrei da agonia, do estresse, da tristeza, do nervoso, da tensão de me sentir sempre cobrada e sempre menos, de parecer sempre errada, das bobagens ditas por medo do silêncio, lembrei de tanta coisa que era uma fardo, um cansaço que até me senti aliviada por estar só. As coisa andam tão calmas, eu posso dormir tranquila- eu sei que não receberei mensagens durante a noite- eu falo como eu quero sem me preocupar se alguém vai entender ou não, não divido meu tempo com ninguém além do necessário, ajudo as pessoas que precisam de mim, dou minha atenção e fica tudo bem.
Continuo achando os casais lindos, as declarações uma fofura, os beijos mágicos, mas não olho com cara de vontade, na verdade admiro, acho muito bonito o compromisso que eles assumem e a responsabilidade, acho muito bonito e por enquanto não parece caber em mim, é bonito demais para mim, sabe?
Estou muito feliz pelas pessoas conhecidas que estão felizes e também fico triste pelas pessoas conhecidas que estão tristes, mas eu? Eu estou bem.
Quero um amor quando puder, quando for para acontecer, tudo em seu momento certo, sem histórias erradas e decepções de quaisquer que forem as partes. Por mais que ainda queira muita coisa para hoje, eu sei, reconheço, que não cabe em mim, preciso me expandir ainda, para poder abrigar outra pessoa, alguém que caiba em mim.
O tempo continua encurtando e as coisas para fazer só aumentam, as responsabilidades, algumas, só depende de mim e eu ainda estou aprendendo a lidar com isso, eu e outras pessoas estamos perdidos nesse caminho de "ser gente grande", mas o tempo trará a intimidade, de que necessito, com minha parte adulta.
Ultimamente estenderam a mão para mim quando precisei, foi uma mão um pouco desconhecida, mas firme e consciente, eu tenho medo que meu desapego e o meu modo- de olhar de longe as pessoas que eu amo- me façam perder essa pessoa que tanto tem me ajudado, são tantas coisas para mudar e para rever que não sei por onde começo, portanto posso acabar deixando, o desapego e meu modo estranho de amar, serem os mesmos e posso perder essa pessoa.
Ainda tenho preguiça- pecado, eu sei- mas o sono de algumas noites, ainda mal dormidas, não deixam ela ir embora em alguns dias, de resto está quase tudo se encaixando, não tenho porquê ter medo e não o tenho, então estou mais tranquila e serena. Certas atitudes de certas pessoas ainda me incomodam, mas depois passa, tudo passa e vai passar, então tá tudo bem.
Agora pensando positivo, percebo o quanto é chato você investir todas as forças que ainda tem para ver as coisas de um jeito melhor e ter as pessoas, que te cercam, lembrando do lado negativo, ou reclamando de alguma bobagem que, se fosse antes, eu também reclamaria. É como se fosse uma reabilitação-eu me ausentei para pensar na mudança, voltei para mudar e as pessoas continuam sendo as mesmas- não se põe bebida alcoólica na frente de um alcoólatra em tratamento. Isso não se faz! É uma das coisas que estão sendo difíceis no momento, aturar o pessimismo e a negatividade de outras pessoas, que muitas vezes não suportam sozinhas e querem partilhar, é um tanto difícil, são as pessoas que eu amo, com quem compartilhei muitas vezes o meu pessimismo, as que apoiram as negatividades e a visão nublada das coisas, mas eu quero mudar, já chega do cinza, sabe? Eu gosto de chuva, do nublado, do friozinho, mas não durmo sem edredom, sem o quentinho, eu preciso do colorido também, poxa, eu gosto de cor!
Por isso também que talvez ele não caiba mais aqui, eu gosto de cor, de cor mesmo, não de neutro, de cores frias- azul, branco, amarelo bem claro- eu quero calor de novo, qualquer que seja o calor, eu quero.
O rosa bêbê na minha unha ficou discreto, neutro, delicado... Bonito. Mas não se parecesse muito comigo, pode mostrar algo que eu queria ser, algo que eu queria ter, mas que não cabe, sabe? Não cabe! Eu não sou discreta, eu não sou neutra, nunca fui delicada e a beleza que eu tenho para enxer os olhos só os que me escutam enxergam, portanto não sou eu.
Hoje, percebi que não tenho raiva do que está acontecendo ao meu redor, eu não tenho raiva do menino que eu conheci um dia desses, na verdade, eu tenho raiva dos acontecimentos que poderiam ter acontecido antes, do jeito do menino que lembra o jeito do menino que já foi meu um dia, são situações diferente e pessoas diferentes que me lembram dias que já passei e uma pessoa que conheci, é isso que dá raiva. Pobre menino.
Mas tá tudo bem, sabe? Os dias longos, em sua maioria, são tranquilos, não são alegres, mas também não sou infeliz e só pelo fato de não estar infeliz, angustiada, está tudo bem! Muito bem!
Espero que fique tudo bem para todo mundo que precisa, o bem faz um bem danado.

terça-feira, 4 de maio de 2010

"a resposta certa virá quando o ato errado foi cometido"

Não sei se era para essa frase soar como conforto para quem errou, mas comigo não funcionou muito bem... Mas no meu caso a resposta certa veio dois minutos antes de ter errado, mesmo assim, já era tarde demais.
Eu sinto que ainda vou escrever muito sobre isso, cada dia uma situação nova chega, uma coisa para dizer, para fazer, para tentar melhorar, mas no final do dia é a mesma agonia acumulada de um dia todo.
E aquela vontade de tentar se explicar, fazer entender que eu sou mais do que uma louca sem noção do ridículo, essa vontade que mata. Eu bem que tento ver como uma bobagem que todo mundo viu, mas para todo mundo errar é muito comum, bem capaz de conhecer alguém que ainda ontem tenha riscado a pintura do carro do ex namorado e está de consciência limpa. Eu não estou de consciência limpa, muito pelo contrário, não tive tanto trabalho pensando sempre três vezes antes de fazer alguma coisa durante toda a minha vida para chegar um belo dia e estragar tudo por não ter pensado, um erro primordial, um erro vulgar como diria Humberto Gessinger.
Pouco importa para todo mundo, pouco importa, o problema é meu e vai passar, eles sabem disso, eu sei disso, mas para as coisas ruins eu vivo o hoje e não o futuro, em que o problema foi embora e não é quase nada além de um pontinho negro do meu passado.
Eu sei que muitas vezes não importa o quanto você tenha se dedicado à alguém, tem pessoas que continuam não se importando para o que você faz, mas eu queria ter pelo menos feito de tudo, lavado minhas mãos e seguido adiante com mais facilidade "não deu certo, porque não era para dar". Também sei que nem sempre as coisas acontecem como a gente quer que elas aconteçam, caso contrário o mundo viraria o caos e um dos meus ex's estaria debaixo de um ônibus há um tempo atrás. Porém... Pode ser um pouco menos ruim.
Eu sei que vou conhecer outras pessoas, gostar de outros meninos, mas eu acredito que durante nossa vida sentimos tipos variados de amor por diferentes pessoas e que cada amor é único, assim como cada pessoa, eu gostei desse amor, esse que eu aprendi a gostar, que foi construído com o tempo, feito de realidade e de admiração. É bem isso mesmo, admiração, eu tenho por ele uma admiração carinhosa, um respeito que ele conquistou, já falei disso aqui. Dá pena de destruir em um minuto o que passamos meses construindo, por mais erronea que tenha sido nossa história é triste ver ela acabar desse jeito pequeno e insignificante. É chato você deixar ir embora o que você queria ter para si. Eu queria aquela força de vontade que ele tem quando gosta de alguém, a atitude, o jeito calmo de falar, queria ver as coisas como ele vê, sempre de um modo mais simples, mais fácil, tão melhor de lidar, eu queria, sabe? Não passei tempo suficiente para entender de onde vem aquilo tudo, se ele conquistou também ou se é dele mesmo, não passei tempo suficiente e não sei se é bom ou ruim, se seria pior ou melhor, se com o passar do tempo a implicância, o jeito de achar que está sempre certo, me irritaria e cobriria tudo que de bom eu gosto tanto e já chorei de saudade. Não passei tempo suficiente, mas por mim também passaríamos um tempo que não seria justo para ele.
Eu escrevo para colocar para fora o que já estou cansada de pensar, ao invés de me resetar faz com que eu tenha mais ideias para escrever e isso cansa, eu estou cansada, sabe? Começo a pensar até que quem lê meus textos pensaria a mesma coisa que ele deve estar pensando, que eu sou uma menina que pensa muito e é meio louca e sem explicação, deixei de explicar tanta coisa por falta das palavras de estar com ele que agora ele realmente pensa que eu não sei o que eu faço, que nem eu sei bem porquê faço e é tão mentira sabe? É tão mentira, eu bem sei o que eu faço, tanto sei que ainda choro por erros cometidos, porque eu sei o que eu faço, tanto sei que sei bem que foi uma tristeza ter ido lá, que fiz isso porque me agarrei ao último centelho de oportunidade para ver ele, de qualquer modo que desse, falando qualquer coisa que fosse, ou acabar de uma vez ou começar outra história e dessa vez- eu acreditava- uma história melhor.
Nem todo mundo tem segundas chances, não cobro isso de ninguém apesar de dar para todo mundo. O mundo é relativo para quem dá e para quem recebe, para quem tem compaixão e para quem gira em torno de si, o mundo é relativo, sabe? E eu bem sei, bem sei o que faço e o que fiz.
Ainda hoje uma vontade, por falta de amor próprio, bateu na porta: a vontade de implorar, como último recurso para esquecer e aliviar essa bobagem toda que eu sinto, é um frio danado, eu já não sabia se a dor no estômago era doença mesmo ou só tudo aquilo que eu ainda não-falei-e-não-fiz-e-queria-falar-e-fazer, eu não sei mais o que é o quê aqui dentro, sabe? E eu queria muito que ele soubesse disso, muito, como último recurso para esquecer e aliviar essa bobagem toda que eu sinto, uma forma de amor próprio latente.
Mas eu não estou com medo, sabe? Triste sim, mas o medo, que antes me cutucava sempre, não tá mais aqui e não sei quando volta...
Não tenho medo, tenho curiosidade em saber do depois, o que eu vou fazer depois, com quem eu vou estar depois, porque o depois está muito mais atraente do que o agora.

"Vou tentar te fazer entender, mesmo que você não tenha perguntado. Só quero explicar tudo e falar com você pela última vez, se necessário(...)Eu nunca me apaixonei por você, mas sempre gostei muito. Principalmente porque achei que você gostasse de mim. Admirei seu coração e respeitei seus medos.Foi tudo uma coincidência até que se prove o contrário(...) Vou ser mais específica: é como se você me dissesse "Tem razão, ela é melhor do que você. Toda a sua insegurança tem sentido e você vai passar o resto da sua vida à sombra dela. Porque é isso que você é: uma sombra. Alguns veem, acham diferente, mas logo se acostumam porque sabem que só existe durante o dia, logo some". Você não tem idéia da profundidade que você acessou. É coisa de uma vida inteira, são comprovações de tudo de mais podre que me persegue. Foi melhor que falar.
Obrigada por abrir meu olhos. Eu sempre achei que avisar as pessoas do que eu sinto fosse me prevenir de mais decepções, mas eu percebi que só me deixa mais vulnerável.
Idiota fui eu, de acreditar cegamente em tudo. Obrigada por me deixar mais seletiva, mais fechada.
Seria ridículo culpar você por alguma coisa. O resultado óbvio de tudo o que eu fiz só podia ser isso.
Foi melhor que falar."
Verônica  Heiss

Encontrei agora esse texto, muitas coisas nele significam muito para mim, são uma das coisas que eu não consegui explicar no momento em que aconteceu, se pelo menos eu tivesse encontrado antes...
Cansei de escrever, eu ainda tenho muita coisa para falar e mais coisas vão surgir ao longo do dia, eu sei de tudo isso, mas com isso eu já estou acostumada, tenho coisas novas com que acostumar e creio que vão tomar meu tempo, só creio.
Quero férias e uma história nova, acho que até meu blog está cheio de mim por aqui...

domingo, 2 de maio de 2010

Sim, a culpa foi minha!

Pensei em poder salvar alguns meses que deixei de mostrar que o queria do lado, fiz o convite achando que desse jeito mostraria que um toco do medo se perdeu, esperei pela resposta imediata e pelo não, esperei também- confesso- pelo sim escondido por trás de uma manha, pedido de bajulação.
Mal entendidos aconteceram... Alguém de fora invadiu o meu particular, foi o primeiro mal entendido, e depois sucederam séries de mal entendidos- que quem me dera ter entendido bem- mensagens ambíguas, sentimentos misturados e uma cabeça súbita, que até eu desconheço.
Escutei, pela primeira vez, uma opinião de fora que nunca soube muito bem o que se passava nesse nosso particular, escutei sem bem porquê.
Eu sabia para onde estávamos indo, eu conhecia aquela rua, eu conhecia aquele asfalto- eu conhecia- mas mesmo assim só conseguia não pensar em nada, deixei o sentimento das vezes que ele não respondeu outras mensagens, das obrigações implícitas, que agora eu sei: ele não entendia. Deixei a raiva de outras pessoas, que nunca entenderam, tomar conta de mim "por que ele não foi? O que aconteceu? Será que ela tem razão?"...
O carro parou e ela disse "vai lá e resolve isso", eu fui lá resolver isso - isso o que mesmo?- interfonei. O porteiro, coitado, fez sorriso de quem pensou ser uma surpresa -uma surpresa agradável, claro- e quando percebeu que tratava-se de uma cobrança, de uma decepção, fechou o sorriso e ficou sem graça, junto com a sem gracisse dele veio a minha:
-Muito obrigada por não ter ido!- que frase mesquinha, estúpida e tão não-Nayla.
-Vou descer, mas eu não gostei disso. - eu deveria ter ido embora ali, nesse momento, me livrado do resto. Eu fiquei.
Percebi que cheguei ao ridículo e eu sabia que depois daquilo eu não tinha razão, eu perdi minha razão.
Enquanto ele explicava a falta do carro, a casa limpa e a doença -que não impedia muita coisa, era mais para fazer número- eu engolia a consequência de um ato que ia me custar o contrário da intenção que esperava com o convite.
Enquanto ele tinha razão, enquanto eu dava motivo para ele achar, de uma vez por todas, que eu era louca e o quanto foi inteligente nós não continuarmos nossa história, tudo em que eu podia pensar era na saudade que eu sentia daquele homem, de que até nessa situação eu estava feliz em ter visto ele- recebi até um beijo na testa quando fui embora- acho, agora, que deveria ter falado da felicidade de ver ele, já que estava fazendo papel de ridícula mesmo, por que não fechar com chave de ouro? Qualquer pessoa teria vontade de sair correndo, eu bem quis fazer isso no início, mas aquela voz calma, os olhos, os olhos me olhando, só faziam com que eu quisesse ficar mais e mais e mais e nunca mais sair dali, era a última vez que teria como cobrar alguma coisa, discutir desse jeito, era a única vez, foi a primeira e última vez que discutimos pessoalmente, foi tão especial- acredite se quiser- como não posso me arrepender do episódio todo (vai contra meus princípios, que já estavam abalados demais) me arrependo de não ter pedido um abraço, um bem gostoso, apertado... Já dizia André Gonçalves "Abraço, 1. habitat natural do carinho; 2. base alimentar de animal popularmente chamado de amor;(...)4. porto seguro; 5. prozac natural;(...)8. ato de envelopar quem se ama;(...)13. plano B de quem dá adeus;".
Então minha agonia de estar errada, a calma dele, a saudade que eu ia sentir e a consequência dessa merda toda fizeram com que eu fosse embora. Eu fui embora, eu e a minha culpa, que para começo de conversa nem deveria estar ali, entrei no carro sabendo do depois, sabendo que eu não tinha razão desde o começo, que aquela história toda era realmente ridícula como ele havia dito. Nunca fiz algo assim. Nunca.
Entrei no carro sabendo também que, como havia dado tudo errado, ela se sentiria culpada e triste, mais do que ela já estava com a própria história... Ouvi o que esperava ouvir "desculpa Nayla, eu estrago a minha vida e a tua também" e eu chorei...
Chorei tanto, solucei. De medo. De raiva de mim. De tristeza. De saudade. De arrependimento, não sabia nem o que era isso até então.
Sabia também que ele ia pensar que eu estava com raiva, decepcionada... Eu estava, muito, mas não com ele e sim comigo, não tem desculpa nenhuma que amenize isso.
Pra falar a verdade eu fui até lá com a esperança de qualquer coisa, com a esperança de passar lá pelo menos, uma vez ao menos, qualquer coisa que fizesse essa porra desse frio na barriga ir embora, qualquer coisa. Nada.
Chegando em casa, pedi desculpas -famosas desculpas de bêbados, meninas rebeldes, vergonha- as mais sinceras desculpas, mas ele não sabia, a tecnologia ainda não sabe repassar desculpas e nem amor, e nem saudade. Fui embora, depois das desculpas aceitas. Sentei. Deitei. Chorei.
Poderia ter sido tão diferente se eu tivesse pensado uns três minutos antes de pegar o interfone, poderia ter ficado feliz com a cara de felicidade do porteiro, poderia ter dito tantas coisas e feito diferente, ter limpado a noite e esses 5 meses em que não fiz nada por medo e eu estava ali... Poderia ter dito:
-Não menti quando escrevi que queria te ver e estava com saudade.- ou:
-Estás ocupado demais ou podes descer para me dar um abraço?- ou:
-Se Maomé não vai até à montanha, a montanha vai até Maomé!
Tantas coisas bobas, meigas, sinceras... Caminhei para o lado que eu não sabia explicar, o que já estava gravado, caminhei para o lado errado mais uma vez.

Agora ia ser bobagem, joguei fora minha oportunidade de fazer diferente, não posso pedir uma segunda chance, é o tipo de coisa que não se tem chances reservas, ou você faz certo ou você não faz.
E acho que acabou assim, confusion, tá na hora do "second part", do lado B para quem queria ter feito o plano B, e acho que acabou assim, meninas, sem um final feliz de verdade. Acho que acabou assim, Nayla, do jeito torto, errado e confuso que sabes fazer direitinho...
Porém... Depois de tudo, de todos, dele, meu lado B anda prometendo. Acredito nisso.

Quem disse que precisava escrever com minhas próprias palavras?

"(...)mas também por uma fraqueza anormal e dilacerante que é mais um medo de não ser correspondida ou entendida ou ser ridícula como fui 99,9% das vezes. eu vou te dizer como você mexe comigo sem saber – ou sabe, o que se torna ainda um medo maior porque saber é manipular. você sabe ou não sabe como você me faz tremer de medo e te procurar por todo lado, porque é sim um medo estranho e diferente que alivia outro – o medo de te ter vindo cada vez mais perto do coração, o medo de que você se torne cada vez mais uma necessidade, um sem limite aqui dentro e que vá tomando conta arrastando destruindo levando o que resta. e que quando você me abraça eu sinto que poderia parar o mundo ali porque ele cura tudo. é um abraço que encaixa certinho, meu queixo sobre seu ombro, meus braços que te agarram, os teus que me abraçam nas curvas e meu peito que encosta no seu e se acalma. baby e quando você me elogia você sabe que eu fico feliz mas não sabe que na maioria das vezes eu penso o quanto isso é recíproco, o quanto todos os elogios cabem em você também. e me odeio porque minha boca só se abre pra sorrir mas não serve pra te dizer o quanto são importante todos os momentos, embora sejam poucos, que já estivemos juntos. e que você não é nenhum galã de cinema, se acha mais inteligente que todo mundo, é chato, me obriga a fazer coisas que eu não quero e reclama de tudo, mas que mesmo assim eu gosto do jeito que você sorri e fecha os olhos quando eu coloco as mãos nos seus cabelos, e até a forma como você tenta ser cavalheiro e me paga um churros ou suco de fruta de verdade. o negócio se complica aqui porque normalmente eu não aturaria defeitos, normalmente eu começo a gostar e depois de um tempo eu vejo os defeitos e começo a odiar. em você eu vi os defeitos e depois as coisas boas e depois ficou tudo tão harmonioso e fácil de conviver que começou a dar medo.
eu odeio muito a forma como você parece ser indiferente às coisas que acontecem comigo ao mesmo tempo que diz que se importa com tudo. mas quer saber eu também nem me importo porque começo a nem pensar mais no que pode acontecer comigo e sim no que pode estar havendo com você. porque eu sei que existem pessoas meio que atrapalhando e que você também pode estar sentindo um pouco de medo. mas porque diabos eu me preocupo com isso, já que eu falei pra gente ir levando de uma maneira leve? é isso que é inexplicável, baby, que ocorre sem que eu pense antes ou me auto censure para não falar ou agir. é como o ciúmes que ocorre sem que a gente queira, e que vem ocorrendo com freqüência, sabe. é que parece que com você o negócio já tomou proporções tão grandes – e boas – que não tem como te sentir sem levar certas coisas a sério.
mas vamos supor que isso nem seja importante, que apenas eu esteja levando a sério sem querer, que apenas eu perca um pedaço da minha vida pra escrever sobre algo que nem bem começou. vamos supor que eu seja meio louca ou burra ou apaixonada. com todas essas coisas eu não consigo, ainda, dizer nem metade. é que uma parte de mim se segura pra não ser tão escancarada e se guarda. é que uma parte de mim tem medo – olha, outro! – de estar errada. vai que você nem é tudo isso, né.(...)"
de Andressa R| Cartas & Cafés

Andressa R. | Cartas & Cafés

"(...) eu tenho que comprar meias novas. preciso voltar a ler mais(...)aliás, eu bem que precisava parar de ter preguiça. eu já perdi boas estradas por causa dela. e olha, eu aprendi que atalhos costumam ser mais solitários. e eu tenho que parar de gritar. de pensar no futuro. de amar tanto assistir friends com ele. porque não é que eu ache que uma hora a gente acabe, mas uma hora as temporadas acabam, entende? e o que é que acontece com essa coisa que eu amo? a gente substitui pra não doer.
eu preciso parar de substituir. não tem porque eu querer que vc seja o melhor pai do mundo só porque o meu não foi.
eu precisava tanto de uns abraços no meio da noite. quero parar de me preocupar com o que vão entender do que eu falo ou escrevo – porque às vezes pode ser que eu nem queira que seja algo entendível. ou pode ser que eu só queira pirar a cabeça das outras pessoas, pra ver se eu fico um pouco mais parecida com elas. eu queria parar meus pensamentos por alguns segundos. porque eles borbulham a mil graus celsius que chega a dar pontadas e no fim dói. eu preciso relaxar mais. um spa era uma boa. mas spa? e eu só tenho quase-19-anos.(...) não era pra ele saber. desconfiar, tudo bem. mas saber do que eu falava, não, não era pra ele saber. mas ele sabia e fingiu que não sabia. viu que aquilo me machucava e nem sequer insistiu pra que eu contasse o tal segredo. sabe por quê? é que ele sabia. e sabia quão secreto deveria ser aquele assunto e não era. ah tá, podia ter agido como um profissional? whatever, eu não me importo, porque talvez eu não quisesse um profissional, talvez eu quisesse um amigo. você sabe, segredos precisam ser contados ou então a gente explode e os restos grudam na parede. (...)
abe você não entende, eu tinha que escolher. era um futuro versus um passado. situações completamente diferentes, mas era um futuro que eu realmente acreditava. não sei quão chateado você ficou, mas saiba que você era o melhor amigo que uma adolescente poderia ter tido dos 14 aos 18 anos de idade. porque dizer “eu vou sair de casa” é a loucura mais gostosa. mas sabe, outro whatever pra tudo isso. porque eu preciso relaxar. e parar de pensar um pouco. preciso parar de ter nós na garganta quando escrevo. preciso aceitar que nem tudo é como eu quero que seja. e eu sei disso desde o quê, uns 14 anos de idade. mas não adianta saber se eu não faço o negócio funcionar.
 Alguma coisa precisa ser feita. porque eu não consigo dormir essa noite. e na anterior. e na outra e na outra. sabe, eu gosto mesmo de dormir. gosto, sim. daí vem toda essa cachoeira berrante de idéias idiotas e lembranças e planos e futuro e passado e presente e. será que ele já dormiu?
eu tenho que ser mais tolerante. a questão agora é que letras e moda são coisas bem diferentes. com que cabeça eu vou entrar lá? que tipo de gente vou encontrar? vou sair de um lugar onde há intelectuais e livros e teorias complexas, vou pegar o ônibus e vou ter minhas horas de futilidade e arte e roupas e meninas histéricas. e talvez eu ame muito isso. talvez eu odeie. talvez eu seja uma negação para desenhar – na verdade eu já tenho quase certeza disso. talvez finalmente descubra que não sei mesmo o que quero da vida. eu já tenho quase-19-anos, meu deus do céu. o que diabos eu quero da vida?
agora eu quero dormir. nossa, eu queria muito muito muito conseguir dormir agora. porque daí a gente dorme e a cabeça aquieta…"

em resumo de algumas coisas.

“Você vai me abandonar e eu nada posso fazer para impedir. Você é meu único laço, cordão umbilical, ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora. Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto.”
Caio Fernando Abreu

idéias tolas
ela, criança que era, pensava que depois dos 18 anos teria mais liberdade, mais vida. ela, tola que era, lembrava que chegou a achar que o fato de ter 18 anos não a impediria de tê-lo e vê-lo o quanto quisesse. porque, afinal, os pais não teriam mais espaço em suas decisões. mas foi burrisse, foi loucura, foi, como sempre, infantilidade. porque quando se é adulto, não se é proibido de nada – mas se têm responsabilidades. quando se é adulto, não os pais mas as contas e o trabalho vêm e dizem “não, agora não. tá proibido, a diversão é pra depois”. mas, meu deus do céu, depois a gente precisa dormir e estudar e não dá tempo pro amor, não dá tempo!
quando se é adulto o mundo vem e te atrapalha nos sonhos. | cartas e café.

"is it too late to remind you how we were?
but not our last days of silence, screaming, blur
most of what i remember makes me sure
I should have stopped you from walking out the door"
Snow Patrol - You could be happy. 


 

sábado, 1 de maio de 2010

Estou de saudade

Entre o vestido e a calça jeans apertada, resolvi vestir saudade.
Minha saudade é discreta, quando uso a versão bolinha colorida é quando lembro das coisas boas. A que mais chama atenção é a preto e branca, fico meio nublada junto com a roupa, mas é a saudade... Fazer o que?
Serve para muitas coisas, festa a fantasia, dias de chuva, para caminhar, para ir ao cinema, menos para sair com uma pessoa, a saudade não fica muito bem do lado daquele branco neve dele, sinto um escuro e ela vai embora, como se eu estivesse nua em plena multidão, não tem multidão, somos só eu e ele e o conforto que eu sinto.
Na hora eu nem me importo, é mais um dia e podia ser assim todo dia, uma hora depois que acaba também não... Passada uma semana, lá vem o pano da saudade pedir para ser vestido.
Pensei em comprar um camisa do time de futebol "saudade" para ele experimentar a mesma sensação de nudez protegida que eu sinto, mas como eu falei: a saudade não fica muito bem do lado daquele branco neve.
A minha saudade, que combina comigo não lhe cai muito bem, não faz o tipo, mas é a saudade... Fazer o que?
Não queria entende-lo, para mim bastava saber que ele sente... De qualquer jeito acho que ele só tem blusas sociais, de time e calças e mais calças e uma roupa diferente que também é chamada saudade, mas não é a minha saudade, tá surrada, tá antiga, é uma saudade velha, queria pedir para ele doar, jogar fora ou sei lá... Mas a saudade é dele, não é? Não ia querer que jogassem fora minha saudade, nem que mandassem ela embora, só eu sei como usar e quando usar.
Hoje estou de saudade, não tenho para onde ir e hoje tenho duas saudades na cama, uma é a minha e a outra de minha mãe.