sábado, 17 de julho de 2010

1.1

Fernanda,
Ontem terminei com a Lu. Do modo mais canalha que eu podia fazer. Disse que tinha cansado da gente, que não rolava mais.
Eu não sou homem suficiente pra ela, sabemos disso, só ela que não via, Taurina teimosa, gosta sempre do que não presta. Durante esses 3 anos ela sempre foi uma das melhores pessoas comigo, apesar das farras, dos porres e das meninas que corriam atrás de mim e depois das gritarias, das caras feias e das dormidas sem nada, eu sempre pedia desculpas e ela aceitava.
Ela tem uma carreira muito bonita pela frente, cara. Ela merece alguém que queira a mesma coisa que ela. E eu não sou essa pessoa.
Pra falar a verdade pensei estar fazendo isso para o bem da Lucca, mas depois percebi que essa relação também não me cabia. Talvez nenhuma relação me caiba.
Eu não sei lidar com companhias, com gente ligando, eu não sei ligar, eu fico nervoso quando o telefone toca e eu tenho que atender, eu fico nervoso de ter que ligar pra alguém sabendo que alguém vai atender. Eu não gosto de pessoas e eu não gosto de companhias toda hora.
Enquanto ela achava que eu tava com outra ou que tinha enjoado dela- talvez tivesse- eu só queria paz, um momento pra pensar comigo, nas coisas ruins, nos amigos bons e no que eu queria. Mas em nenhum momento eu pensei no que ela queria, no que ela merecia e nem nela eu pensava. Foi então que eu resolvi terminar, não ia gostar de estar do lado de alguém que não pensa em mim e se ela soubesse disso, com certeza, também não gostaria.
Agora, pensando no que ela falou, eu sou um paradoxo do egoísmo e do bacana. Mas afinal de contas, fiz o bom pra mim e pra ela. Eu sei que ela vai me odiar pro resto da vida e que mês que vem vou sentir falta dela- saudade não- melhor que manter dois infelizes dentro de uma casa desarrumada.
Sinto tua falta pra consertar minhas bagunças. Ias me dar cafuné agora e dizer o quanto eu sou idiota.
Quando ler, responde o e-mail. Te amo, irmã.

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