quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Alí não havia amor de fato, deveras, mas um carinho, que de tão intenso quase era sonho. Duas mãos tão quentes, que juntas quase eram verão, mas não eram. E se fizeram de "quases" por muito tempo, decidiram juntos que não haveria nada melhor que o conforto do "quase amor", uma quase realização faria muito melhor que a completa, afinal não vivemos esperando sempre? Não vivemos de dúvidas e medos? Pra que então findá-los assim? Eles não tinham planos juntos, apesar de fazerem tudo juntos. Perguntei uma vez pra eles, separadamente, se eles estavam felizes e os dois responderam que não, mas eu que achava estar feliz parecia mais triste que eles dois juntos depois de um dia cheio de problemas. Eu não sou tão triste assim. Perdoe, senhor, eles não sabem o que dizem.

domingo, 9 de janeiro de 2011


"I won't deny it felt so right and now you're gone..."
Nos conhecemos assim, ao som de uma música subjetiva que não notamos, pois nossos olhos estavam usurpando toda a atenção de nossos corpos. Não vou descrever o encontro, nem os outros tantos que sucederam, porque seria desnecessário, e também porque não lembro de todos, só lembrei da música por necessidade... Já faz muito tempo, não tenho mais do que lembrar, quando a saudade chega nos faz vasculhar memórias que nem conhecíamos.
Mas foi assim: eu não queria nada, ele queria tudo e trocamos de papel no final.
Não consigo ficar triste pensando nisso, tudo bem que eu levei um pé na bunda, tudo bem mesmo, já levei outros tantos e quantos mesmo eu dei? Parece bem justo agora. E daí que eu contei das minhas paranóias e acreditei nele metade das vezes? Quantas mentiras minhas não viraram verdades na boca do povo? E quantas histórias bizarras eu presencie? Tô viva, enfim, por fim, e quase tudo que terminar em "im" só pra rimar e ficar bonito.
Porque beleza foi o que não faltou. Não tenho nada a declarar, aprendi a respeitar a dor da perda, a raiva do termino e descobri um infindável carinho e respeito por trás de tudo isso. A  graça das coisas é viver, apenas. Com tudo que isso implica, não é Caio? Pois é. Que seja então.
"But truth be told you were the most... Incredible thing in the world"

Um papo de um.

Adoro os artistas, sabia? Mas não gosto de arte, acho os quadros todos uma bagunça, eles sempre querem dizer algo que eu não entendo. Mas tudo bem, até porque eu não entendo muita coisa mesmo, coisas como sentimentos alheios e as atitudes contraditórias aos sentimentos, não é bobo isso? Eu acho. Tá aí, pessoas bobas são hipócritas, eu gosto de pessoas bobas, elas sempre são simpáticas comigo, me tratam bem e me convidam pro cinema, nas conversas defendem os oprimidos, mas não suportam ver duas pessoas do mesmo sexo juntas. Deve ser coisa da família, vai ver é, né? Nunca se sabe, por exemplo, gosto de muitas coisas que minha mãe gosta, por osmose, nem sei porque gosto, mas gosto. Tá, não tem nada a ver isso que eu falei, mas não sei explicar, não preciso argumentar sempre que eu afirmar alguma coisa, ou preciso? Meu ex namorado diria que sim, se eu não souber defender minhas idéias eu não chego a lugar nenhum, parece que pra gente se fazer de entendido tem que se explicar, mas eu não sei me explicar, talvez tenha nascido pra não ser entendida.
Sabe do que eu lembrei agora? De beijos mal terminados... Adoro eles. Gosto muito de beijos, eles falam pelas pessoas, por isso prefiro beijar do que conversar...Claro, dependendo do beijo também, tem beijo dado da boca pra fora literalmente, acho que quando a gente beija mostramos o que queremos e o que esperamos, todo mundo devia beijar com o coração, assim a gente sabia quem era bom ou não. Ou não, Esquece o que eu disse.
Sabe eu escrevo... Não coisas boas, eu escrevo pra escrever mesmo, nem tudo é verdade, quer dizer, deixa eu reformular: nem tudo é verdade pra mim. Mas tem pessoas que crêem no que eu escrevo, o que é bem legal, saber que a verdade não é universal, e tudo que eu escrevo pode ser certo, eterno, porque sempre vai ter alguém concordando em qualquer tempo. Mas um dia isso acaba, escrever vicia, você sabendo ou não.
É que nem cantar, acho que são as mesmas coisas, surtem o mesmo efeito pelo menos comigo, uma nuance de sensações, uma ondinha passa pelo meu coração e faz minha cabeça relaxar, eu me aquieto. Coisa difícil, sou ariana, não que eu realmente acredite nessa coisa de signo, porque eu tenho mais a ver com peixes do que com áries. Uma conhecida disse que depois dos 30 anos passamos a ter características fortes do nosso ascendentes, meu ascendente é peixes... Acho que já fiz 30 anos quando tinha só 10.
Mas sou uma criança. Sério. Por falar em criança, tenho uma amiga que namora um cara mais novo, ela quer muito ter o primeiro filho e ele disse pra ela que queria ter um filho também, só esqueceu de mencionar que o sonho dele estava programado pra dez anos mais tarde... Toda vez que ela chega perto de uma criança ele vai embora e finge que não vê, não sei se ela percebeu, mas todo mundo já viu. E esse menino tem um amigo super educado, que vive pedindo educamente pra eu mostrar a cor da minha calcinha pra ele no msn, é algo bem desconfortável, ele insiste em dizer que não é tarado, mas continua pedindo pra uma desconhecida mostrar a calcinha na webcam, nunca mostrei por sinal, mas também não bloqueei ele, não queria deixar ele sem graça, queria poder conversar com ele antes, falar que isso é estranho, pra ele controlar os hormônios, até porque ele já tem 28 anos e nem toda menina com quem ele conversa é piranha, acaba sendo uma falta de respeito, é verdade. Mas, enfim, falei muito já, me conta de você...
-Nayla, ela é muda.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

"lá vou eu..."

Então o mundo girou para você. A vida lá fora chamou, você passou no vestibular, foi pra outro estado, fez trilhares de concursos e com a sua competência, lógico, passou em todos. Fez inveja pra muitos marmanjos, e pra muitas "marmanjas" também. Comeu metade das caipiras da cidade, namorou sério duas vezes, levou a vida de liberdades que tanto queria, muitos anseios foram cessados e com isso cresceu em você a vontade que tanto faltou enquanto estávamos juntos "como seria bom ter alguém pra dar aquele carinho", "não quero sair com meus amigos hoje, quero ver um filme com uma pessoa especial", "tô precisando de alguém que me dê valor, precisando me sentir amado"... E então você conheceu a "fulana", ela não tinha nada demais, não era bonita demais, não era legal demais, reclamava da toalha molhada, implicava com as mulheres do orkut, mas ela dava carinho e sabia cozinhar. Ela estava no lugar certo e na hora certa, apenas isso, o que uns anos não fazem com duas pessoas não é verdade? E aí você casou e teve dois filhos gordinhos parecidos com a sua mulher. Engordou, ficou calvo e não escuta mais Aerosmith. Aprendeu a dançar valsa, mas continua sem entender as letras de Chico Buarque- algumas coisas nunca mudam. E aconteceu de você me encontrar em um sites de relacionamento não muito usado pela sua mulher e fazer parte dos meus pedidos pendentes de amizade com um recado assim: lembra de mim? Como vai?
Lembro, lembro sim, graças ao giro do seu mundo eu aprendi a andar melhor sobre o meu, fiz vestibular três vezes, mas, infelizmente não passei, na quarta vez tentei outro curso e finalmente consegui, não namorei enquanto isso, porque não tinha tempo, tenho muita dificuldade em lembrar de datas e fórmulas, sabe? Mas então... Terminei minha faculdade, conheci um cara por lá, que dizia gostar de mim, mas voltou com a ex namorada na primeira oportunidade, fiquei chateada por alguns meses, senti sua falta e procurei o que fazer, essa procura me rendeu dois estágios e um bom salário pra uma louca de 21 anos, só sei que com 24 eu consegui comprar meu próprio apartamento e saí da casa da minha mãe, porque ela não deixava eu levar meninos pro meu quarto, coisas de mãe, né? Mas aí fui fazer minha pós em um estado próximo do teu e em toda festa que ia achava que poderia te encontrar por lá, nesse desespero e na decepção de não encontrar, dei pra metade daquela cidade e acabei me enrolando com um escritor e um advogado- esses tipinhos sempre me seguem. Eles dois descobriram, o escritor se encantou mais ainda por mim e o advogado me chamou de tudo menos de santa. Pensei estar grávida por duas vezes. Aprendi a beber e desaprendi cinco meses depois. Passei a curtir poesia e escutar Pink Floyd. Chorei por um ano, porque muitas amigas minhas casaram e tiveram filhos, mas nesse meio tempo resolvi viajar pra Europa, conheci todas as bibocas de lá e descobri que esse negócio de casamento e de muitos filhos, não é pra mim. Tô ganhando bem, tô feliz, tô realizada e espero que você também se sinta assim, porque enquanto o seu mundo girava, o meu estava sambando em plena Sapucaí. Tudo de bom.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Que o clima de começo dure até o fim.



Fechar os olhos e acreditar é tão simples, que chega a ser ridículo o pessimismo que impera. A simplicidade dói muito mais do que parece, as pessoas se doem muito mais do que parece, então complique, não doa, não doa em alguém tanto ao ponto de fazê-la desistir. Marcar alguém para o resto da vida nem sempre é digno. Nem sempre é necessário. E o sempre nem é isso tudo que as pessoas falam, o tudo nem é tão completo assim e ser completo nunca vai bastar.
Mas basta de "tantos" de "alguns" de "poucos", finde as quantidades, feche sua conta, abra seu coração, sente e sinta, ouça e guarde, abrace e diga naquele ato todas as coisas que nunca poderão ser ditas em palavras, faça. FAÇA. E seja o melhor que você quer nos outros, suporte-se como os que te amam fazem, um dia a agonia cessa, até a ânsia descansa, por que não você?
Não creia, viva. Não fale, seja. Não leia, ouça os sons que as frases escritas cantam. Onde não existir entrelinhas, não existe música.
Que o mundo transborde por você, em cada gesto e força, que o mundo lhe gire com vontade, sacuda quase todos os anseios, quase todas as vergonhas, quase tudo, deixe apenas seu coração, vivo e intacto, o mundo tem dessas coisas, ele maltrata, mas cuida também. 
Mundo, ame. Continue amando os que não precisam, acalentando os que não choram, doando o que não é seu, continue mundo, porque o sofrimento é o teu pão, continue. Seremos mais fortes, mais versáteis, mais inteligentes e quem sabe, então, mais humildes.
Desejo um clima de começo sempre para todos.