quarta-feira, 12 de maio de 2010

Um resumo dos acontecidos.

Meu casal favorito resolveu dar um tempo- ela chorou e eu chorei com ela- meu conselheiro sofre pelo o amor de alguém do passado que ainda não decidiu o que quer- ele chorou e eu chorei com ele- minha mãe vai para terceira semana de solteira e, hoje, conversa sobre a dor dela chegando até me confessar situações e sentimentos- minha mão chorou e eu chorei depois dela- minha cadelinha morreu, a mãe de uma colega minha, que na época de fundamental foi minha melhor amiga- faleceu quinta passada, os pais dos meus professores, que dariam revisão para prova, estão doentes portanto eles não foram dar a bendita revisão...
Eu estou bem, desgraças a parte, eu estou legal.
Não, nada de agonias, de tristeza intermitentes, pensamentos romancistas, de necessidade... Nada não.
O dia acorda preguiçoso, que nem eu, as vontades mudaram, que nem eu, as pessoas estão mais transparentes, que nem eu e ele está longe, quem nem eu.
Não vou dizer que não penso mais, pois penso. É tão normal e tão indolor que nem percebo, acordo com o nome na cabeça, durmo com o rosto no pensamento, mas é tão normal e tão indolor que não incomoda, algumas coisas lembram situações passadas, eu ainda associo gostos com os dele, mas é tão normal e tão indolor que não atrapalha. Tá legal, já passei por isso, é assim mesmo, depois passa...
Percebi, agora mais ciente das coisas e vendo com os olhos de mundo, que apesar de todo o bem e das vontades de ter ele, não era para mim. Nunca foi para mim. Eu nunca consegui acompanhar o raciocínio, a rapidez das vontades, os carinhos, nunca soube me fazer entender, explicar, melhorar, eu nunca entendi direito o que acontecia, eu sabia de algumas coisas boas que me faziam bem, mas eu nunca entendi realmente como elas funcionavam e talvez isso tenha me prendido.
Repassando situações como filmes em minha cabeça lembrei da agonia, do estresse, da tristeza, do nervoso, da tensão de me sentir sempre cobrada e sempre menos, de parecer sempre errada, das bobagens ditas por medo do silêncio, lembrei de tanta coisa que era uma fardo, um cansaço que até me senti aliviada por estar só. As coisa andam tão calmas, eu posso dormir tranquila- eu sei que não receberei mensagens durante a noite- eu falo como eu quero sem me preocupar se alguém vai entender ou não, não divido meu tempo com ninguém além do necessário, ajudo as pessoas que precisam de mim, dou minha atenção e fica tudo bem.
Continuo achando os casais lindos, as declarações uma fofura, os beijos mágicos, mas não olho com cara de vontade, na verdade admiro, acho muito bonito o compromisso que eles assumem e a responsabilidade, acho muito bonito e por enquanto não parece caber em mim, é bonito demais para mim, sabe?
Estou muito feliz pelas pessoas conhecidas que estão felizes e também fico triste pelas pessoas conhecidas que estão tristes, mas eu? Eu estou bem.
Quero um amor quando puder, quando for para acontecer, tudo em seu momento certo, sem histórias erradas e decepções de quaisquer que forem as partes. Por mais que ainda queira muita coisa para hoje, eu sei, reconheço, que não cabe em mim, preciso me expandir ainda, para poder abrigar outra pessoa, alguém que caiba em mim.
O tempo continua encurtando e as coisas para fazer só aumentam, as responsabilidades, algumas, só depende de mim e eu ainda estou aprendendo a lidar com isso, eu e outras pessoas estamos perdidos nesse caminho de "ser gente grande", mas o tempo trará a intimidade, de que necessito, com minha parte adulta.
Ultimamente estenderam a mão para mim quando precisei, foi uma mão um pouco desconhecida, mas firme e consciente, eu tenho medo que meu desapego e o meu modo- de olhar de longe as pessoas que eu amo- me façam perder essa pessoa que tanto tem me ajudado, são tantas coisas para mudar e para rever que não sei por onde começo, portanto posso acabar deixando, o desapego e meu modo estranho de amar, serem os mesmos e posso perder essa pessoa.
Ainda tenho preguiça- pecado, eu sei- mas o sono de algumas noites, ainda mal dormidas, não deixam ela ir embora em alguns dias, de resto está quase tudo se encaixando, não tenho porquê ter medo e não o tenho, então estou mais tranquila e serena. Certas atitudes de certas pessoas ainda me incomodam, mas depois passa, tudo passa e vai passar, então tá tudo bem.
Agora pensando positivo, percebo o quanto é chato você investir todas as forças que ainda tem para ver as coisas de um jeito melhor e ter as pessoas, que te cercam, lembrando do lado negativo, ou reclamando de alguma bobagem que, se fosse antes, eu também reclamaria. É como se fosse uma reabilitação-eu me ausentei para pensar na mudança, voltei para mudar e as pessoas continuam sendo as mesmas- não se põe bebida alcoólica na frente de um alcoólatra em tratamento. Isso não se faz! É uma das coisas que estão sendo difíceis no momento, aturar o pessimismo e a negatividade de outras pessoas, que muitas vezes não suportam sozinhas e querem partilhar, é um tanto difícil, são as pessoas que eu amo, com quem compartilhei muitas vezes o meu pessimismo, as que apoiram as negatividades e a visão nublada das coisas, mas eu quero mudar, já chega do cinza, sabe? Eu gosto de chuva, do nublado, do friozinho, mas não durmo sem edredom, sem o quentinho, eu preciso do colorido também, poxa, eu gosto de cor!
Por isso também que talvez ele não caiba mais aqui, eu gosto de cor, de cor mesmo, não de neutro, de cores frias- azul, branco, amarelo bem claro- eu quero calor de novo, qualquer que seja o calor, eu quero.
O rosa bêbê na minha unha ficou discreto, neutro, delicado... Bonito. Mas não se parecesse muito comigo, pode mostrar algo que eu queria ser, algo que eu queria ter, mas que não cabe, sabe? Não cabe! Eu não sou discreta, eu não sou neutra, nunca fui delicada e a beleza que eu tenho para enxer os olhos só os que me escutam enxergam, portanto não sou eu.
Hoje, percebi que não tenho raiva do que está acontecendo ao meu redor, eu não tenho raiva do menino que eu conheci um dia desses, na verdade, eu tenho raiva dos acontecimentos que poderiam ter acontecido antes, do jeito do menino que lembra o jeito do menino que já foi meu um dia, são situações diferente e pessoas diferentes que me lembram dias que já passei e uma pessoa que conheci, é isso que dá raiva. Pobre menino.
Mas tá tudo bem, sabe? Os dias longos, em sua maioria, são tranquilos, não são alegres, mas também não sou infeliz e só pelo fato de não estar infeliz, angustiada, está tudo bem! Muito bem!
Espero que fique tudo bem para todo mundo que precisa, o bem faz um bem danado.

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