terça-feira, 4 de maio de 2010

"a resposta certa virá quando o ato errado foi cometido"

Não sei se era para essa frase soar como conforto para quem errou, mas comigo não funcionou muito bem... Mas no meu caso a resposta certa veio dois minutos antes de ter errado, mesmo assim, já era tarde demais.
Eu sinto que ainda vou escrever muito sobre isso, cada dia uma situação nova chega, uma coisa para dizer, para fazer, para tentar melhorar, mas no final do dia é a mesma agonia acumulada de um dia todo.
E aquela vontade de tentar se explicar, fazer entender que eu sou mais do que uma louca sem noção do ridículo, essa vontade que mata. Eu bem que tento ver como uma bobagem que todo mundo viu, mas para todo mundo errar é muito comum, bem capaz de conhecer alguém que ainda ontem tenha riscado a pintura do carro do ex namorado e está de consciência limpa. Eu não estou de consciência limpa, muito pelo contrário, não tive tanto trabalho pensando sempre três vezes antes de fazer alguma coisa durante toda a minha vida para chegar um belo dia e estragar tudo por não ter pensado, um erro primordial, um erro vulgar como diria Humberto Gessinger.
Pouco importa para todo mundo, pouco importa, o problema é meu e vai passar, eles sabem disso, eu sei disso, mas para as coisas ruins eu vivo o hoje e não o futuro, em que o problema foi embora e não é quase nada além de um pontinho negro do meu passado.
Eu sei que muitas vezes não importa o quanto você tenha se dedicado à alguém, tem pessoas que continuam não se importando para o que você faz, mas eu queria ter pelo menos feito de tudo, lavado minhas mãos e seguido adiante com mais facilidade "não deu certo, porque não era para dar". Também sei que nem sempre as coisas acontecem como a gente quer que elas aconteçam, caso contrário o mundo viraria o caos e um dos meus ex's estaria debaixo de um ônibus há um tempo atrás. Porém... Pode ser um pouco menos ruim.
Eu sei que vou conhecer outras pessoas, gostar de outros meninos, mas eu acredito que durante nossa vida sentimos tipos variados de amor por diferentes pessoas e que cada amor é único, assim como cada pessoa, eu gostei desse amor, esse que eu aprendi a gostar, que foi construído com o tempo, feito de realidade e de admiração. É bem isso mesmo, admiração, eu tenho por ele uma admiração carinhosa, um respeito que ele conquistou, já falei disso aqui. Dá pena de destruir em um minuto o que passamos meses construindo, por mais erronea que tenha sido nossa história é triste ver ela acabar desse jeito pequeno e insignificante. É chato você deixar ir embora o que você queria ter para si. Eu queria aquela força de vontade que ele tem quando gosta de alguém, a atitude, o jeito calmo de falar, queria ver as coisas como ele vê, sempre de um modo mais simples, mais fácil, tão melhor de lidar, eu queria, sabe? Não passei tempo suficiente para entender de onde vem aquilo tudo, se ele conquistou também ou se é dele mesmo, não passei tempo suficiente e não sei se é bom ou ruim, se seria pior ou melhor, se com o passar do tempo a implicância, o jeito de achar que está sempre certo, me irritaria e cobriria tudo que de bom eu gosto tanto e já chorei de saudade. Não passei tempo suficiente, mas por mim também passaríamos um tempo que não seria justo para ele.
Eu escrevo para colocar para fora o que já estou cansada de pensar, ao invés de me resetar faz com que eu tenha mais ideias para escrever e isso cansa, eu estou cansada, sabe? Começo a pensar até que quem lê meus textos pensaria a mesma coisa que ele deve estar pensando, que eu sou uma menina que pensa muito e é meio louca e sem explicação, deixei de explicar tanta coisa por falta das palavras de estar com ele que agora ele realmente pensa que eu não sei o que eu faço, que nem eu sei bem porquê faço e é tão mentira sabe? É tão mentira, eu bem sei o que eu faço, tanto sei que ainda choro por erros cometidos, porque eu sei o que eu faço, tanto sei que sei bem que foi uma tristeza ter ido lá, que fiz isso porque me agarrei ao último centelho de oportunidade para ver ele, de qualquer modo que desse, falando qualquer coisa que fosse, ou acabar de uma vez ou começar outra história e dessa vez- eu acreditava- uma história melhor.
Nem todo mundo tem segundas chances, não cobro isso de ninguém apesar de dar para todo mundo. O mundo é relativo para quem dá e para quem recebe, para quem tem compaixão e para quem gira em torno de si, o mundo é relativo, sabe? E eu bem sei, bem sei o que faço e o que fiz.
Ainda hoje uma vontade, por falta de amor próprio, bateu na porta: a vontade de implorar, como último recurso para esquecer e aliviar essa bobagem toda que eu sinto, é um frio danado, eu já não sabia se a dor no estômago era doença mesmo ou só tudo aquilo que eu ainda não-falei-e-não-fiz-e-queria-falar-e-fazer, eu não sei mais o que é o quê aqui dentro, sabe? E eu queria muito que ele soubesse disso, muito, como último recurso para esquecer e aliviar essa bobagem toda que eu sinto, uma forma de amor próprio latente.
Mas eu não estou com medo, sabe? Triste sim, mas o medo, que antes me cutucava sempre, não tá mais aqui e não sei quando volta...
Não tenho medo, tenho curiosidade em saber do depois, o que eu vou fazer depois, com quem eu vou estar depois, porque o depois está muito mais atraente do que o agora.

"Vou tentar te fazer entender, mesmo que você não tenha perguntado. Só quero explicar tudo e falar com você pela última vez, se necessário(...)Eu nunca me apaixonei por você, mas sempre gostei muito. Principalmente porque achei que você gostasse de mim. Admirei seu coração e respeitei seus medos.Foi tudo uma coincidência até que se prove o contrário(...) Vou ser mais específica: é como se você me dissesse "Tem razão, ela é melhor do que você. Toda a sua insegurança tem sentido e você vai passar o resto da sua vida à sombra dela. Porque é isso que você é: uma sombra. Alguns veem, acham diferente, mas logo se acostumam porque sabem que só existe durante o dia, logo some". Você não tem idéia da profundidade que você acessou. É coisa de uma vida inteira, são comprovações de tudo de mais podre que me persegue. Foi melhor que falar.
Obrigada por abrir meu olhos. Eu sempre achei que avisar as pessoas do que eu sinto fosse me prevenir de mais decepções, mas eu percebi que só me deixa mais vulnerável.
Idiota fui eu, de acreditar cegamente em tudo. Obrigada por me deixar mais seletiva, mais fechada.
Seria ridículo culpar você por alguma coisa. O resultado óbvio de tudo o que eu fiz só podia ser isso.
Foi melhor que falar."
Verônica  Heiss

Encontrei agora esse texto, muitas coisas nele significam muito para mim, são uma das coisas que eu não consegui explicar no momento em que aconteceu, se pelo menos eu tivesse encontrado antes...
Cansei de escrever, eu ainda tenho muita coisa para falar e mais coisas vão surgir ao longo do dia, eu sei de tudo isso, mas com isso eu já estou acostumada, tenho coisas novas com que acostumar e creio que vão tomar meu tempo, só creio.
Quero férias e uma história nova, acho que até meu blog está cheio de mim por aqui...

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