sábado, 1 de maio de 2010

Estou de saudade

Entre o vestido e a calça jeans apertada, resolvi vestir saudade.
Minha saudade é discreta, quando uso a versão bolinha colorida é quando lembro das coisas boas. A que mais chama atenção é a preto e branca, fico meio nublada junto com a roupa, mas é a saudade... Fazer o que?
Serve para muitas coisas, festa a fantasia, dias de chuva, para caminhar, para ir ao cinema, menos para sair com uma pessoa, a saudade não fica muito bem do lado daquele branco neve dele, sinto um escuro e ela vai embora, como se eu estivesse nua em plena multidão, não tem multidão, somos só eu e ele e o conforto que eu sinto.
Na hora eu nem me importo, é mais um dia e podia ser assim todo dia, uma hora depois que acaba também não... Passada uma semana, lá vem o pano da saudade pedir para ser vestido.
Pensei em comprar um camisa do time de futebol "saudade" para ele experimentar a mesma sensação de nudez protegida que eu sinto, mas como eu falei: a saudade não fica muito bem do lado daquele branco neve.
A minha saudade, que combina comigo não lhe cai muito bem, não faz o tipo, mas é a saudade... Fazer o que?
Não queria entende-lo, para mim bastava saber que ele sente... De qualquer jeito acho que ele só tem blusas sociais, de time e calças e mais calças e uma roupa diferente que também é chamada saudade, mas não é a minha saudade, tá surrada, tá antiga, é uma saudade velha, queria pedir para ele doar, jogar fora ou sei lá... Mas a saudade é dele, não é? Não ia querer que jogassem fora minha saudade, nem que mandassem ela embora, só eu sei como usar e quando usar.
Hoje estou de saudade, não tenho para onde ir e hoje tenho duas saudades na cama, uma é a minha e a outra de minha mãe.

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