sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Menina-quente esfria.

Insônia é coisa de quem um dia já teve o prazer de descansar inconsciente. Sofres mesmo de efeito bela adormecida controverso, ao invés de dormir para sempre, acordas sempre.
Isso não é doença, não. É consequencia desse sim ou não que domina tuas crenças e não te deixa em paz. Inferno ou céu, coisa de amor ou coisa da cabeça. Ver ou não ver, eis a questão!
Quem diria... A mulher que implora sinceridade a todos é a menina que foge da própria verdade.
Não adianta, um dia vais ter que aceitar o que te assombra, porque efeito nenhum dura pra sempre, porque sempre nenhum aguenta o peso que é saber a verdade e viver a mentira. Essas dúvidas persistem porque queres, tens as respostas aí, no lado frio da cabeça, digamos que no lado insano, mas quem foi que disse que pensar era loucura, mesmo?
Não é coisa de agora, sabes disso, é coisa de tempos e daí que vem as situações imaginárias, as conversas que não tiveste, as coisas que não viveste e se perceberes és uma espécie de esquizofrênica interativa, apenas isso. Tens um mundo que divides com pessoas que nem sabem, que nunca contestaram a idéia de que amor é para ser sentido e não entendido, depositas tua vida nesse mundo paralelo a realidade e vês de longe o real passando cinza bem ali onde estão todos os teus medos e vergonhas, por lá por aquelas bandas que ninguém visitou. Os surtos de realidade só contas para quem amas e amas quem não entende, será coincidência ou só mais uma forma de te protegeres? O que acontece se encontrares alguém que tenha certeza do que desconfias? Alguém que destrua o pingo de esperança de poder viver na realidade do teu jeito? O que acontece quando descobres que aquele cinza, das bandas que ninguém visitou, é a parte verdadeira da tua história? O que acontece quando descobres que quase todo mundo tem um mundo paralelo e que a interação entre vocês é a apenas uma interseção do que deveras existe? O que acontece quando alguém esfrega em ti tudo o que te incomoda? O que acontece?
Menina-quente esfria. Exala medo. E vai embora. Foste embora, mais uma vez fugiste. Que bom que consegues, menino-palhaço não consegue. Ofereceste teu corpo então para chorar por ele, para sonhar por ele, para viver por ele e agora ao invés de bater de peito com a verdade, apenas pensas em como seria o mundo paralelo dele e te dispões também a oferecer o teu para ele, como forma de amenizar a dor, como forma de tirares o peso das costas, da injustiça, de teres escolha e ele não. Oferece teu mundo ou vai embora, menina. Te entregas agora ou dorme, menina. "Abraça a tua loucura", menina, ou ignora. Meios termos não te cabem a partir de hoje, acorda menina.
Mas lembra antes de tudo, é um caminho sem volta, uma vez dentro nunca mais fora, são os restos dos dias sendo desentendida, sendo louca, sendo nada para muita gente. É um caminho sem volta e um arrependimento é só mais uma peso para carregar. Pensa bem, menina, mas larga os meios termos, te larga ou te segura.
Hoje não vais dormir, mais um "ou sim ou não" para pensares. Bom efeito, menina. De quente, agora, só o Sol das duas da tarde.

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