terça-feira, 24 de agosto de 2010

Cheguei em casa exalando o perfume daquele abraço- que não me queria mais- estava na roupa, tirei a roupa. Grudado na pele, tomei banho de água quente e esfreguei até ficar quase sem ela. Estava no cabelo, lavei bem o cabelo. Saí do banho, quase triste, depois pensei que havia deixado a água levar a última coisa boa de quem eu gostava. Senti o cheiro de novo. O perfume ainda estava em algum lugar que eu não sabia bem. Olhei todos os meus perfumes em cima de uma prateleira, cheirei um por um para sentir o mais forte, achei um marrom, pequeno e muito caro, ia grudar, ia no mínimo abafar o outro cheiro, ia no máximo me deixar quase angustiada de saudade, esses quases que me matam. Não passei o perfume, resolvi comigo mesma dormir só essa noite com ele em algum lugar do meu corpo, era nossa última noite, hoje podia.
Já fazem dois anos que ainda sinto o mesmo perfume amadeirado em algum lugar do meu corpo. Um dia desses descobri, está na memória.

Um comentário:

  1. Fico feliz que goste das coisas que eu escrevo *-* Obrigada. Esse texto é muito perfeito. Eu também ainda sinto um perfume que não consegui esquecer.. mas ao invés de dois anos, é apenas um.

    Beijo <3

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