terça-feira, 30 de março de 2010

-Explique então engenheiro, por que trocaste teu prédio tão belo e forte por um caixote de areia, um saco de cimento e umas pedras de seixo?
-O prédio já fiz, é lindo, mas acabou.
-E essas coisas aí?
-Ainda vão ser um prédio um dia.
-Mas por qual motivo trocaste teu prédio belo, acabado, seguro, que há tantos anos trabalhas para erguer, por algo que pode vir a ser alguma coisa?
-Porque estou cansado do prédio antigo, apesar de renovar a faixada as vezes, ele continua sendo o mesmo prédio que eu construi à anos atrás, não estou desmerecendo nada.
-Acho injusto isso, trocar o que fez teu nome.
-Fiz de um caixote de areia, um saco de cimento e umas pedras de seixo, prédio, e não qualquer um que se diga "ah, mais um prédio?", esse é um dos prédios mais bonitos que existem nesse local, dei a ele vida.
-E o que te faz crer que essa caixa de areia vá te dar a felicidade que esse prédio te deu um dia?
-Não posso saber isso, mas tenho muitas coisas a meu favor.
-O que?
-Experiência e maturidade.
-Como assim?
-Com o prédio anterior pude errar e consertar, conhecer o caminho mais difícil para agora trilhar um mais fácil, conheci todas as faces de um prédio e me decepcionei também, algumas vezes, o suficiente para entender que nem sempre as coisas acontecem do jeito que eu quero, ou do jeito que eu acho certo, mas que no final tudo tem um motivo, chamo isso de maturidade.
-Saiba que não adianta de nada ser um bom engenheiro, se a matéria prima não é de boa qualidade.
-Realmente, mas com o prédio anterior pude aprender o que seria algo de boa qualidade e agora tenho capacidade de reconhecer o material bom e ruim tendo como referência meu antigo prédio.
-Sendo assim só posso desejar boa sorte.
-Muito obrigada, mas ultimamente dispenso a sorte, essa eu já contrui.

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