terça-feira, 11 de agosto de 2009

Nem tudo que parece é.

Ele entrou sozinho, sentou na segunda mesa e não parecia procurar por ninguém. Ela olhou em direção a porta e viu ele sentado só, a pasta junto a mesa, gravata solta denunciavam que ele acabara de voltar do trabalho e a cerveja confirmava o dia cheio. O cabelo era bagunçado e não tinha nenhuma aliança no dedo, talvez ele fosse só.Ela pensou em levantar e ir até ele, mas seria arisco demais, ele havia feito o pedido e agora estava olhando pro nada e tomando sua bebida. Olhando de longe, ele não fazia o tipo solteirão precisando de alguém, ele parecia calmo, talvez estivesse cansado demais ou realmente não fosse o tipo festeiro, quem sabe então ele vivesse pro trabalho era por isso que ele estava sozinho, não tem tempo pra mais nada. Tinha que ter um motivo pra ele estar sentado em um restaurante, quase vazio em uma sexta feira a noite.
Ele baixou a cabeça e olhou pro lado, viu uma moça sentada em um mesa não muito longe, estava olhando pra ele, parecia pedir ajuda e carinho, olhava-o com o olhar perdido, daqueles que está pensando em alguma coisa. Ao contrario dele não era solteira e parecia estar esperando alguém, ele a fitou por um bom tempo e ela, acanhada, desviou o olhar. Sua comida chegou e a sua atenção se dispersou da morena de antes.
Ela pensou que era errado e pararia de olhar aquele cara, como de costume pediu mais um coquetel e como se fosse sem querer, voltou a olhar o rapaz.
Ele continuava comendo e pensando em como o dia havia sido cheio e quantas outras coisas ele faria amanhã, olhou pra outra mesa novamente, ela havia pedido mais um coquetel e continuava olhando, ela devia ser uma daquelas casadas atiradas, loucas por um amante que a satisfizesse. Se ele não estivesse quase noivo, quem sabe não se oferecia pro cargo? Ela era bonita e parecia ser interessante.
Ela sentiu um certo interesse da parte dele, e pensou 'por que não?' já fazia um certo tempo que não flertava com outros caras, desde que seu marido havia morrido ela só cuidava da casa e saia raramente pro mesmo lugar, afim de tomar um coquetel. Chamou o garçom e pediu para que quando acabasse a bebida do rapaz daquela mesa, era pra ele colocar outra e dizer que era um cortejo dela. Assim dito, assim feito.
Ele recebeu a bebida e levantou um leve sorriso. O sorriso mudou tudo.

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