quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Não tenho grandes planos, pra falar a verdade nem sei se ainda tenho planos, daqueles que são reconhecidos, sabe? Que acaba sendo um bem comum entre as pessoas. Eu nem tenho mais nada disso. Eu fui largando todos eles pelo caminho, quando percebi que antes de ter planos a gente deve caber dentro deles, sabe como é? Tem que ser alguma coisa que encaixe contigo, que faça sentindo, caso contrário não serão planos e sim sonhos.
Eu só não posso dizer que não tenho sonhos, porque eu vivo disso, afinal perdi os planos.
Antes eu tinha medo de morrer, porque tinha um monte de coisas para fazer em mente. Hoje, eu ainda tenho medo de morrer, mas não tenho coisas em mente, então eu só tenho medo de morrer mesmo, de não existir mais e não poder pensar, eu não sei o que é não poder pensar, então não posso imaginar o que acontece comigo depois que eu morro. Estranho, né? É.
Eu tô entediada, muito entediada, mas não quero fazer nada, não tenho com quem fazer e isso já me desmotiva muito, porque eu ando vendo os meus planos passados presentes na vida de outras pessoas, não que elas não mereçam, o caso é: eu não mereço ou eu não faço por merecer? É, eu sei que parece dar uma de coitadinha e tudo mais, eu também acho isso chato, nunca fiz muito bem o papel de vítima, sempre gostei de atacar e ser a megera mesmo. Mas tudo isso me prende mais ainda, eu me prendo mais ainda e acredito cada vez menos, sem crença a gente chega aonde?
O que antes me destacava das outras, hoje, tanto faz. Tá todo mundo no mesmo barco. E eu passei a ser só mais uma na vida de muita gente que me importava e isso chateia, sabe? Não tô acostumada com isso.
As qualidades que eu demorei tanto pra ter me atrapalham muito hoje, porque eu não sei medir o uso delas, eu só uso com toda força que eu posso pra não correr o risco de voltar atrás e fazer alguma bobagem por impulso. Passei a tentar me colocar no lugar das pessoas e a fazer- sempre que eu posso- o que gostaria que elas fizessem comigo, tentei ser o que nunca foram comigo e no começo deu certo, foi novidade, ganhei bônus com muita gente... Mas hoje as pessoas, sabendo disso, agradecem e vão embora, porque eu ser compreensiva demais abre portas pros outros fazerem o que bem entendem e me colocarem como segunda opção e eu não consigo parar, porque eu entendo, porque eu precisei de uma fuga de muita gente e ninguém deu o "passe fácil" pra mim, sabe? Eu deixo. Ser legal demais e não se importar com algumas coisas fizeram com que eu virasse uma amiga muito legal, apenas isso, uma amiga muito legal que beija, é isso, exatamente isso, criam uma intimidade grande comigo e depois me descartam, porque eu sou amiga mesmo, amigos sempre estão lá por nós e eu sempre estou.
Eu não me acho, sério mesmo, são coisas que eu demorei muito pra ter, que eu ralei muito pra construir, porque é interessante pra mim agradar quem eu gosto, facilitar as coisas pra quem eu gosto, porque já tem muita gente dificultando. Eu pensei que se eu facilitasse pras pessoas elas criariam uma sementinha de bondade, ficariam menos amargas por terem sido ajudadas e facilitariam pra outras pessoas também. Desse jeito a gente diminuiria as insatisfações nos relacionamentos, o mau humor, as reclamações e os chororos.
Não adianta, as pessoas querem mesmo a infelicidade, elas gostam disso, elas precisam reclamar, elas precisam da insatisfação, da injustiça para se sentirem mais humanas, porque criaram uma imagem de que a felicidade é impossível e que todo mundo vai pisar em ti. LÓGICO QUE VAI, a gente pisa em cima de todo mundo também, tudo que vai volta e volta 3 vezes pior.
Eu continuo fazendo isso, porque eu encontrei alguém que facilita as coisas pra muita gente também e por ele ter facilitado pros outros eu facilitei pra ele, é nessa esperança que eu vivo: de encontrar alguém que tenha consciência e um dia facilite pra mim.
Eu não vou dizer que estou cansada, caso tivesse teria parado há muito tempo. O que acontece, na verdade, é que eu me sinto vazia não fazendo todo esse esforço que eu faço pra ser o melhor que eu posso ser como pessoa, porque caso eu volte a viver de instinto eu vou ser só mais uma ariana mandona, possessiva e mal humorada.

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